Três japoneses seguidores da ‘seita Moon’ateiam fogo ao próprio corpo na Coreia do Sul

As autoimolações ocorreram um dia antes do primeiro aniversário da morte do reverendo Moon.

Do Mundo-Nipo

Três japoneses seguidores da Igreja da Unificação, conhecida no Brasil por “Seita Moon”, cometeram ato de imolação, nesta quinta-feira (21), em uma aldeia no condado de Gapyeong, na província de Gyeonggi, na Coreia do Sul, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

 

Reverendo Moon (Foto: Kyodo/Arquivo)
A Igreja da Unificação foi fundada pelo controverso Moon Sun Myung, conhecido mundialmente como reverendo Moon (Foto: Kyodo/Arquivo)

 

As autoimolações ocorreram um dia antes do primeiro aniversário da morte do reverendo Moon Sun Myung, fundador da Igreja da Unificação. A data é de acordo com o antigo calendário lunar, que conta-se 12 meses e 29 ou 30 dias – o mês exato do aniversário da morte de Moon é em setembro.

A Yonhap informou que a identidade exata dos cidadãos japoneses ainda não havia sido confirmada, mas disse que polícia local divulgou tratar-se de um homem e duas mulheres, sendo que uma delas foi identificada apenas como tendo 53 anos.

A agência também citou que a polícia divulgou somente o estado de saúde de dois japoneses, que se encontram hospitalizados e em estado crítico, mas não informou sobre a situação do terceiro cidadão japonês.

 

Sobre a Igreja da Unificação e o reverendo Moon

A Igreja da Unificação foi fundada por Sun Myung Moon, conhecido como reverendo Moon, em 1954, na Coreia do Sul. O movimento, famoso pelas cerimônias de casamento que reúnem milhares de casais, afirma estar presente em quase 200 países e reivindica mais de três milhões de adeptos.

O controverso líder religioso sul-coreano morreu no dia 2 de agosto de 2012, em Seul, em decorrência de uma pneumonia. Ele deixou viúva, sua segunda esposa e, ao todo, dez filhos.

Após sua morte, a agência norte-americana AP publicou uma matéria onde relata as ações do reverendo.

O obituário da AP lembrou que a Igreja da Unificação envolveu-se em controvérsia em razão de suas estratégias para atrair fiéis. O texto diz que pais dos seguidores da seita nos Estados Unidos e em outros países mostravam preocupação de que seus filhos estivessem sofrendo “lavagem cerebral”. A igreja teria respondido que diversas outras religiões haviam enfrentado acusações semelhantes nos períodos imediatamente posteriores às suas respectivas fundações.

Recentemente, contudo, a Igreja da Unificação “concentrou-se em erguer um império no ramo dos negócios”, prossegue o obituário. O conglomerado inclui o jornal “Washington Times”, o New Yorker Hotel, em Manhattan, a Universidade Bridgeport em Connecticut e ainda um hotel e uma pequena montadora na Coreia do Norte.

Além disso, foram adquiridos uma estação de esqui, um time de futebol e outros negócios na Coréia do Sul, bem como uma empresa de distribuição de frutos do mar que vende sushi para restaurantes japoneses nos Estados Unidos.

No Brasil, Moon era dono de terras em algumas cidades do Mato Grosso do Sul, parte concentrada em Jardim, a 239 km de Campo Grande. O patrono da Igreja da Unificação chegou a ser investigado em uma CPI na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul em 2002. Na época, a igreja já havia comprado cerca de 80 mil hectares para suas instalações.

Atendendo a um pedido da CPI, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez uma vistoria nas fazendas da associação. A comissão foi encerrada em dezembro de 2002.

Ainda de acordo com o obituário da AP, ao longo da vida, o reverendo Moon cultivou boas relações com os ex-presidentes americanos Richard Nixon, Ronald Reagan e George W. Bush. A despeito disso, ele passou 13 meses numa prisão nos Estados Unidos, entre 1984 e 1985, por evasão fiscal.

 

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