Filha única do Imperador do Japão vai trabalhar na Cruz Vermelha

Embora os detalhes do seu novo cargo no órgão não sejam claros, a princesa Aiko trabalhará como funcionária contratada, mas sem deixar de cumprir com seus deveres oficiais como princesa.
Princesa Aiko (2024) | Foto: Agência da Casa Imperial / Kyodo
Princesa Aiko | ©Kyodo

A princesa Aiko, filha única do Imperador do Japão, Naruhito, e da Imperatriz Masako, deverá trabalhar na Cruz Vermelha Japonesa depois de se formar na universidade em abril, informou a Agência da Casa Imperial na segunda-feira (22), de acordo com a Kyodo News.

A princesa, de 22 anos, planeja continuar com os seus deveres oficiais como membro da Casa Imperial, ao mesmo tempo que espera ser funcionária da sociedade, pela qual ela disse que “sempre teve interesse”.

A sociedade tem laços estreitos com a família imperial, com as imperatrizes atuando como presidentes honorárias.

“Estou feliz por me envolver nos trabalhos da Sociedade da Cruz Vermelha Japonesa”, disse a princesa em um comunicado divulgado pela agência, acrescentando que ela se “sente determinada”.

“Ao trabalhar duro com a consciência de que me tornei um membro da sociedade, espero ajudar um pouco as pessoas, bem como a sociedade”, disse.

Embora os detalhes do seu novo cargo no órgão não sejam claros, a princesa trabalhará como funcionária contratada e se deslocará para a sede da Sociedade da Cruz Vermelha Japonesa localizada no distrito de Minato, em Tóquio, informou a agência.

Seus pais expressaram esperança de que a filha continue a trabalhar duro e cresça como membro da sociedade, de acordo com a agência.

A princesa Aiko está atualmente cursando o último ano Faculdade de Letras da Universidade Gakushuin, com especialização em língua e literatura japonesa. A Universidade de Gakushuin é sediada no bairro de Toshima, em Tóquio.

Em dezembro, ela apresentou uma tese de graduação com o tema poemas Waka, a forma clássica de poesia do Japão durante a era medieval.

Em outubro, a princesa visitou a Sociedade da Cruz Vermelha Japonesa com o Imperador Naruhito e a Imperatriz Masako para observar uma exposição sobre as atividades de socorro da sociedade após o Grande Terremoto de Kanto de 1923 que abalou Tóquio e as prefeituras vizinhas.

A sociedade disse em um comunicado que deseja “fazer preparativos completos para que a princesa possa trabalhar à vontade”.

Problemas na sucessão imperial do Japão

Aiko não está na linha de sucessão, pois a lei japonesa permite que apenas homens subam ao trono.

A mãe de Aiko, a imperatriz Masako, tornou-se, em 1993, a segunda plebeia, depois da ex-Imperatriz Michiko, ao casar-se com o primeiro na linha de sucessão ao trono japonês. Educada em Harvard e Oxford, a imperatriz é uma ex-diplomata fluente em vários idiomas. Porém, depois de casar, surgiram especulações sobre se conseguiria ter um filho.

O nascimento da princesa Aiko em 2001 foi muito comemorado, mas não resolveu a questão da sucessão. Mediante isso, o governo japonês começou a debater se deveria mudar a lei para permitir que as mulheres ascendessem ao trono, o que gerou controvérsia entre os legisladores que, em grande parte, não eram a favor de que mulheres assumissem o trono japonês, alegando que tal permissão implicaria em mexer na Constituição e na lei que rege a Casa Imperial.

Porém, cinco anos depois, em 6 de setembro de 2006, nasceu o filho do irmão mais novo do imperador Naruhito, o príncipe Hisahito, atualmente com 17 anos. Seu nascimento evitou, em parte, a crise de sucessão que se instaurava na época, uma vez que a opinião publica, em sua maioria, é a favor de que a princesa Aiko venha a ser a Imperatriz do Japão, de acordo com pesquisas frequentes dos principais meios de comunicação do país.

A pressão em relação à sucessão fez com que a então princesa Masako desaparecesse da vista do público durante mais de dez anos. Segundo a Casa Imperial, a princesa sofria de um “distúrbio de adaptação”, amplamente considerado uma referência à depressão.

== Mundo-Nipo (MN)
Fontes:  Kyodo News Japan | Yomiuri Shimbun

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