Surto de rubéola faz Japão lançar campanha nacional de vacinação

Segundo o Ministério da Saúde do Japão, em menos de quatro meses já foram registrados mais de 1,6 mil casos de rubéola no país.

Do Mundo-Nipo

A rubéola vem se espalhando rapidamente no Japão, especialmente entre os homens na faixa etária de 20 a 40 anos, principalmente os que vivem na área metropolitana de Tóquio, levando o Ministério da Saúde a entrar em estado de alerta e lançar uma campanha nacional de vacinação para combater a disseminação da doença.

 

Campanha de vacinação no Japão (Imagem: Mundo-Nipo)
Segundo o Ministério da Saúde do Japão, em menos de quatro meses já foram registrados mais de 1,6 mil casos de rubéola no país (Imagem: Mundo-Nipo)

 

Segundo informou o jornal The Daily Yomiuri na sexta-feira (22), o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar disse que foram registrados 1,656 mil casos de rubéola somente este ano, principalmente a partir da região de Kanto. O número é pelo menos 20 vezes maior do que o registrado durante o mesmo período do ano anterior.

A rápida disseminação é devida, principalmente, a uma baixa taxa de vacinação entre os homens na faixa etária de 20, 30 ou 40 anos, representando cerca de 70% dos casos confirmados.

Se uma mulher grávida é infectada com a doença, existe a possibilidade de o bebê sofrer graves deficiências congênitas. Isto levou o Ministério a exortar aos homens, que tem contato com gestantes, a vacinarem-se.

De acordo com o Ministério, os casos de rubéola têm vindo a aumentar desde a segunda metade de 2012. Em menos de um mês, mais de 200 casos foram relatados a cada semana.

Os registros mostram que a doença tem se espalhando rapidamente em Tóquio e prefeituras vizinhas, com um total de 755 em Tóquio, 205 em Kanagawa, 139 em Chiba e 132 em Saitama, registrados até 10 de março.

O Ministério teme que a disseminação da rubéola chegue aos mesmos números alarmantes de 2004, quando cerca de 39 mil casos foram notificados.

A rubéola é frequentemente vista como uma doença que afeta crianças. No entanto, atualmente, a cada dez casos registrados, nove são homens na faixa etária de 20 a 40 anos, o que representa cerca de 80% dos casos.

A vacinação periódica contra a rubéola teve início em 1977, mas dirigida somente a jovens do sexo feminino do ensino fundamental e médio. Somente mais de 10 anos após a campanha periódica é que tal vacinação foi disponibilizada aos jovens do sexo masculino, o que deixou um grande número de homens sem vacinação por mais de uma década.

O Ministério alerta que são necessários cuidados extras para evitar infectar gestantes, pois o risco maior da infecção na gravidez é acarretado aos bebês, que correm o sério risco de desenvolverem a síndrome da rubéola congênita (SRC), uma doença que pode causar graves deficiências tais como doenças cardíacas, catarata e defeitos auditivos. Já houve um caso de SRC confirmado este ano, segundo o Ministério.

O Ministério enviou um aviso aos governos locais de todo o Japão no final de janeiro e final de fevereiro, instando-os a convocar os homens com esposas grávidas a vacinarem-se contra a doença.

Enquanto isso, os governos locais tem tentado campanhas a parte. As prefeituras de Chiba e de Kawasaki fizeram seus próprios esforços como a criação de cartazes e folhetos, que distribuíram em locais como instituições médicas e comércio. Mas, infelizmente, o efeito desejado não foi alcançado.

Segundo o jornal The Daily Yomiuri, a baixa taxa de vacinação é devida, principalmente, ao seu custo elevado. Uma vacina contra o sarampo em conjunto com a rubéola (MR, na sigla em inglês), os custos ficam em cerca de 10 mil ienes (cerca de 213 reais ou 106 dólares), e se tomado individualmente, pode custar em torno de 6 mil ienes (cerca 128 reais ou 64 dólares).

O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão tem feito campanhas para prevenção da doença, informando a população como o vírus da rubéola pode ser transmitido.

O maior índice de transmissão é por intermédio do ar, onde pessoas podem contagiar-se, principalmente, através de espirros e tosses de infectados com o vírus. Algumas podem desenvolver uma imunidade ao vírus após ter sido infectadas, mas a maioria tem que vacinar-se para evitar a reincidência do contágio, disse o instituto.

 

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