Uma pesquisa do governo revelou que 80,3% dos japoneses apoiam a manutenção da pena de morte no país. A taxa manteve-se elevada conforme pesquisas anteriores, refletindo as opiniões dos entrevistados de que os sentimentos dos familiares das vítimas devem ser considerados e os infratores punidos severamente.
Divulgada no início desta semana, a pesquisa envolveu três mil pessoas “adultas” entre 13 e 23 de novembro de 2014. Do total de entrevistados, apenas 9,7% disseram que a pena deveria ser abolida. Entretanto, apesar de alta, a taxa de aprovação é menor do que em 2009 (85,6%) e em 2004 (81,4%), datas das últimas pesquisas.
O governo mudou algumas palavras em certas questões depois que a Federação dos Advogados criticou a pesquisa anterior por usar termos que induziam as pessoas a responderem pela manutenção da pena de morte.
Os entrevistados então foram questionados se a pena de morte era “admissível”. Nas pesquisas anteriores eram perguntados se a pena capital era apenas “admissível em alguns casos”.
Os defensores da manutenção da pena de morte foram questionados sobre suas razões. Com respostas de múltiplas escolhas, 53,4% escolheram a resposta: “a raiva das vítimas nunca passaria se o sistema fosse abolido e os criminosos continuassem vivos”. Outros 52,9% selecionaram a resposta: “os autores de crimes hediondos devem pagar com a própria vida”.
Entre os entrevistados opositores a este tipo de punição, 46,6% acreditam que o sistema é falho devido à “possíveis ocorrências de erros jurídicos”, enquanto 41,6% preferem que “os criminosos sejam mantidos vivos para pagarem pelos seus crimes”. Outros 38,8% afirmam que “executar um ser humano é imperdoável”, mesmo que o ato ocorra pelo poder do Estado.
Enquanto isso, mais de 120 condenados esperam no “corredor da morte” a vez de ter a pena cumprida que, no Japão, é através de forca.
O Japão, que junto com os Estados Unidos, é o único país industrializado e democrático que ainda aplica a pena de morte, executa os condenados na forca em total segredo, sem aviso prévio aos réus e sem testemunhas.
Fontes: Agência Jiji Press | Agência Kyodo
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