O número médio de acidentes mensais envolvendo patinetes elétricos aumentou seis vezes no Japão depois que o país começou a permitir, em julho passado, que os usuários andassem com esses veículos sem carteira de motorista, de acordo com dados recentes da Agência Nacional de Polícia, informou a Kyodo News Japan neste domingo (28).
Especialistas em trânsito alertaram sobre os riscos de acidentes fatais à medida que o número de usuários de patinetes – também chamados de scooters – aumenta, enquanto a conscientização do público em relação às regras de trânsito associadas a esse meio de transporte relativamente novo parece ser baixa.
Nos seis meses a partir de julho, 85 acidentes de trânsito envolvendo patinetes elétricos resultaram em 86 feridos. Esse número quase iguala o total de acidentes registrados ao longo de três anos e cinco meses desde que dados comparáveis se tornaram disponíveis em janeiro de 2020, quanto totalizou 88 acidentes e 91 feridos.
De acordo com a lei de trânsito revisada, usuários de patinetes elétricos com velocidade máxima de 20 quilômetros por hora não precisam ter carteira de motorista, embora seja proibido para menores de 16 anos.
Os patinetes elétricos, sob as novas regras, devem medir no máximo 190 centímetros de comprimento e 60 cm de largura, com luzes verdes na frente e atrás. Eles são destinadas principalmente para uso em vias, mas também podem ser usados em calçadas a velocidades de até 6 km/h com luzes verdes piscantes.
Em um incidente no movimentado distrito de Minami, em Osaka, por volta da meia-noite de fevereiro, a polícia multou uma mulher de 20 anos por excesso de velocidade na calçada com um patinete. A mulher disse a um repórter que não achava que haveria restrições para andar na calçada.
Alguns usuários não sabiam que patinetes que excedem 20 km/h ainda exigem uma carteira de motociclista. Essa desinformação ficou evidente em um caso ocorrido em fevereiro na província de Nagoya, no centro do Japão, onde o condutor atingiu um pedestre, resultando em ferimentos graves.
Foto tirada na noite deste domingo, 28 (horário local), mostra policiais em Osaka trabalhando para garantir que os usuários de patinetes elétricos cumpram as regras de trânsito | ©Kyodo
Enquanto isso, parece haver uma tendência crescente de pessoas usando os veículos elétricos de duas rodas. A Luup, uma empresa de Tóquio que oferece um serviço de compartilhamento de bicicletas e patinetes elétricos, observou um aumento de duas a três vezes na taxa de download mensal de seu aplicativo em comparação com com o período anterior à flexibilização das regras, de acordo com um funcionário da empresa.
A Luup tinha quiosques de aluguel em 10 prefeituras até o final de março.
Takeru Shibayama, cientista sênior do Instituto de Transporte da Universidade de Tecnologia de Viena, destacou a necessidade de educação no trânsito, especialmente para usuários jovens.
“Como os veículos são silenciosos, há risco de colisão com pedestres (…) e se o impacto for severo, pode ser fatal. É importante fazer cumprir as leis de trânsito e trabalhar continuamente para melhorar a educação no trânsito, nas escolas e em outros locais”, disse Shibayama.
Anteriormente, os patinetes elétricos eram classificados como ciclomotores com motores de cilindrada inferior a 50 centímetros cúbicos e exigiam que os condutores possuíssem carteira de motorista, usassem capacete e tivessem o veículo registrado e emplacado.
Esses veículos que se enquadram nas novas regulamentações do Japão agora são classificados como pequenas bicicletas motorizadas, conforme noticiou a Kyodo News Japan.
O que são ciclomotores?
De acordo com o site do Grupo Tracker no Brasil, um ciclomotor é, essencialmente, um veículo de duas ou três rodas equipado com motor de combustão interna de baixa potência.
Seja uma moto, um patinete ou uma bicicleta motorizada, todos compartilham a característica de serem classificados como ciclomotores. Ou seja, um veículo de duas ou três rodas, com velocidade máxima de 50 km/h
Saiba quais os tipos de ciclomotores
Motos de baixa cilindrada motorizadas e elétricas
- Incluem motocicletas com motores de baixa potência.
- Se destaca pela praticidade e economia, sendo opções populares para deslocamentos urbanos.
Patinetes motorizados e elétricos
- Solução ágil e eficiente para trajetos curtos.
- Ganham cada vez mais espaço nas cidades devido à sua versatilidade.
Bicicletas motorizadas e elétricas
- Uma opção sustentável, mesclando a praticidade da bicicleta com o impulso do motor ou da bateria elétrica.
- Contribuem para a mobilidade urbana de forma ecologicamente consciente.
Ao entender a diversidade de tipos de ciclomotores, torna-se evidente como esses veículos oferecem alternativas com menor custo e eficazes para os desafios da locomoção urbana. Seja você um entusiasta de duas rodas ou alguém interessado em explorar opções de transporte, compreender as nuances de cada tipo de ciclomotor é o primeiro passo para uma experiência segura e satisfatória.
Regulamentação de ciclomotores no Brasil
O entendimento claro das leis e regulamentações que envolvem os ciclomotores é essencial para uma condução segura e em conformidade com as normas vigentes. Vamos mergulhar neste aspecto crucial, esclarecendo cada ponto para dissipar dúvidas e fornecer orientações claras.
Resolução nº 5552/15
A Resolução nº 5552/15, emitida pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), é a pedra angular das regulamentações para ciclomotores. Vamos explorar suas disposições-chave:
- Equipamentos obrigatórios
A resolução estabelece os equipamentos essenciais que todo ciclomotor deve possuir. Isso inclui faróis, lanternas, retrovisores, buzina e sistema de freios. Conhecer essas exigências é crucial para garantir a legalidade do veículo.
- Regras de condução
A resolução aborda as regras específicas para a condução de ciclomotores, incluindo limites de velocidade, áreas permitidas e proibições. Conhecer essas regras é fundamental para uma condução segura e em conformidade com a lei.
- Impacto nas práticas de condução
Além de fornecer regras claras, a legislação impacta diretamente as práticas de condução. Entender os limites de velocidade, áreas permitidas e proibições específicas é crucial para evitar contravenções e garantir a segurança nas vias.
- Consequências da não conformidade
Ignorar as regulamentações estabelecidas para ciclomotores pode resultar em multas, apreensão do veículo e, o mais importante, colocar a segurança em risco. Conhecer as consequências da não conformidade destaca a importância da adesão às leis estabelecidas.
Lei 14.599
A nova regulamentação, que começou a valer em julho de 2023, determina novas diretrizes para o uso do ciclomotor, moto elétrica, bicicleta elétrica e patinete motorizado.
Nessa nova lei, é estipulado que pequenas motos e scooters, de duas ou três rodas, com motor de até 50 cm³, ou que possuam motor elétrico com velocidade máxima de 50 km/h, precisam de emplacamento e carteira de habilitação A, ou autorização ACC. Vale destacar que o prazo para emplacar e habilitar é até o final de 2025.
No entanto, bicicletas elétricas e outros equipamentos de mobilidade individual como patinetes, skates e monociclos motorizados, não necessitam de habilitação nem de emplacamento. Esses equipamentos de mobilidade individual devem circular nas mesmas condições que as bicicletas convencionais.
Explorar a legislação e regulamentações para ciclomotores não é apenas uma necessidade legal, mas uma garantia de segurança nas vias. Ao compreender as nuances dessas regras, os usuários podem desfrutar de uma experiência de condução mais tranquila e em conformidade com as normas vigentes.
== Mundo-Nipo (MN)
Foto: Kyodo News Images
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