Japonês de 73 anos escapa de pena de morte por tráfico na Indonésia

O japonês foi “surpreendentemente” absolvido de pena de morte e condenado a 16 anos de detenção.
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O japonês Masaru Kawada, de 73 anos, preso no ano passado ao tentar entrar na Indonésia com mais de dois quilos de entorpecentes, foi “surpreendentemente” absolvido de pena de morte e condenado a 16 anos de detenção em um julgamento realizado na última terça-feira, no Tribunal Distrital de Padang, no oeste da ilha indonésia de Sumatra, de acordo com a mídia local.

Embora as legislações do país sejam as mais rígidas do mundo para traficantes e usuários de drogas, culminando sempre em condenação à pena de morte, a promotoria pediu uma pena de 16 anos de detenção e multa equivalente a 9,2 milhões de ienes (cerca de R$), alegando que o condenado “teve bom comportamento”, além de possuir uma “idade avançada”.

Segundo informações da TV Asahi, o aposentado havia sido preso em novembro de 2014, ao tentar ingressar na Indonésia com uma mala contendo 2,7 quilos de entorpecentes. A droga foi descoberta por funcionários no Aeroporto Internacional de Minangkabau, em Padang.

Ao ser preso, Kawada, com residência fixada em Handa, na província de Aichi (centro do Japão), alegou inocência, afirmando que teria recebido a mala de uma mulher em Macau antes de se dirigir à Indonésia. Ele confessou que recebeu a bagagem, mas alegou que desconhecia o conteúdo da mesma, de acordo com a Fuji TV.

Na época, a prisão ganhou notoriedade internacional por causa da idade avançada do japonês, que negou as acusações diante da mídia internacional e indonésia. “Juro por Deus que sou inocente, eu fui enganado”, declarou o japonês.

Execução de detentos na Indonésia
A Indonésia executou na madrugada de quarta-feira (29) – horário local, tarde de terça-feira (28) no horário de Brasília – oito condenados à morte, com exceção de uma filipina poupada na última hora, indicou a imprensa local.

Os condenados, incluindo o brasileiro Rodrigo Gularte, dois australianos, quatro africanos e um indonésio, foram fuzilados por um pelotão na ilha prisão de Nusakambangan.

O paranaense Gularte, de 42 anos, foi preso em julho de 2004 depois de tentar ingressar na Indonésia com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em 2005.

Gularte é o segundo brasileiro executado no país este ano – em janeiro, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado. Ele também cumpria pena por tráfico de drogas.

Como e em quais circunstâncias é aplicada a pena de morte na Indonésia 
De acordo com informações da Anistia Internacional, havia, em novembro de 2013, cerca de 130 prisioneiros, entre indonésios e estrangeiros, aguardando o fuzilamento na Indonésia. Muitos desses detentos aguardam dez anos ou mais para serem executados, como é o caso dos acusados de assassinato, terrorismo e tráfico de drogas.

Os prisioneiros e seus familiares são notificados 72 horas antes da execução. Uma vez na ilha de Nusakambangan, os detentos são acordados no meio da noite e levados a um local remoto, onde são mortos pelo pelotão de fuzilamento, método usado desde 1964.

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