Japão condena ex-educador a 20 anos de prisão por abuso infantil

Akinori Hashimoto, 31 anos, foi considerado culpado de cometer 22 crimes sexuais, entre outros abusos, contra meninos com idade entre 5 e 11 anos.
Ilustração do julgamento de Akinori Hashimoto | Foto: Reprodução / TBS
Ilustração do julgamento de Akinori Hashimoto | Foto: Reprodução / TBS

Um tribunal distrital no leste do Japão condenou nesta terça-feira (30) um ex-educador infantil a 20 anos de prisão por cometer relações sexuais forçadas e outros atos indecentes contra mais de 20 meninos com idade entre 5 e 11 anos, informou a imprensa internacional.

De acordo com a Kyodo News, Akinori Hashimoto, de 31 anos, era professor licenciado para creches. Ele encontrou algumas de suas vítimas por meio de um aplicativo que conecta babás com famílias.

A Promotoria informou por comunicado que Hashimoto recebeu 22 acusações de relação sexual forçada, 14 acusações de atos indecentes e outras 20 acusações de violação da Lei de Proibição de Pornografia Infantil, como filmar atos obscenos com celular – todas as vítimas eram meninos, noticiou o Internacional Press.

Durante o julgamento, os promotores exigiram que o Tribunal Distrital de Tóquio condenasse Akinori Hashimoto a 25 anos de prisão, enquanto a defesa argumentou que 10 anos eram proporcionais ao réu.

A Promotoria considerou que “o vício é extremamente notável”, acrescentando que Hashimoto cometeu crimes “se aproveitando da imaturidade das crianças e do cargo de educador infantil”. 

Em sua decisão, o juiz Masanori Kodama disse que Hashimoto usou seu cargo de confiança para cometer 56 “crimes” contra crianças entre 5 e 11 anos em um período de quatro anos e quatro meses, entre 2015 e 2019.

“Há uma grande preocupação com o impacto negativo no crescimento saudável das crianças. O número de vítimas e crimes cometidos são notoriamente altos”, disse o magistrado.

No entanto, o réu se declarou inocente dos casos de estupro, alegando que seu objetivo “era apenas o contato físico”.

De acordo com a decisão, Hashimoto cometeu os abusos em áreas como Tóquio, as prefeituras próximas de Ibaraki, Shizuoka, Yamanashi e Hiroshima, no oeste do Japão. Além das tarefas de cuidador, o abuso também ocorreu em creches e acampamentos, segundo a Kyodo.

Os promotores disseram em seus argumentos finais que as ações “extremamente desprezíveis” de Hashimoto como professor de creche licenciada “prejudicaram enormemente a confiança do público” na profissão.

Hashimoto foi considerado culpado de 22 relações sexuais forçadas, 14 atos indecentes e 20 outros crimes que violaram a Lei de Proibição de Pornografia Infantil, detalhou o Internacional Press.

Nos altos contas que Hashimoto teria sido abusado pela mãe alcoólatra e que foi agredido sexualmente por um homem que conheceu na internet quando era estudante do ensino médio, segundo a TBS News.

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar disse que entre 2003 e 2020 pelo menos 61 educadores masculinos e 3 do sexo feminino, num total de 64, tiveram registros cassados em razão de atos obscenos.

Uma ONG que treina babás vem trabalhando na “educação sexual” em resposta ao incidente. O representante do órgão está pedindo a introdução de um sistema chamado “Japan’s DBS”, o qual apresentará registros de crimes sexuais em ocupações envolvendo crianças. No caso, os profissionais de cuidados com criança serão obrigados a portar uma espécie de documento “ficha limpa”.

Muitos veículos de comunicação no Japão, bem como agências internacionais, afirmam que o país continua com uma “absurda” tolerância ao abuso e pornografia infantil, com alguns jornais, inclusive o Asahi, afirmando que a condenação de Hashimoto foi branda, e que ele deveria pegar, no mínimo, prisão perpétua.

== Mundo-Nipo (MN)


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