Do Mundo-Nipo
O Japão deve se preparar para uma catastrófica erupção vulcânica a qualquer momento, afirmam os especialistas, citando uma concentração maciça de magma em muitos dos 110 vulcões ativos no país, informou o jornal Asahi Shimbun.
A última erupção especialmente grave no Japão ocorreu em 1914, quando o Monte Sakurajima, localizado ao sul da prefeitura de Kagoshima, explodiu o seu topo em lava, cobrindo cidades de fumaça e cinzas por quilômetros de distância – uma verdadeira catástrofe.
O Japão, que fica situado no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, foi abalado por mais de 1.000 erupções vulcânicas ao longo dos últimos 2.000 anos.
“A possibilidade de uma grande erupção eminente é real”, disse Yoichi Nakamura, professor de vulcanologia na Universidade de Utsunomiya , que vem analisando as erupções vulcânicas com uma equipe de pesquisadores.
Para ser classificado como ativo, um vulcão deve ter entrado em erupção nos últimos 10.000 anos ou ainda estar expelindo gases, segundo a Agência Meteorológica do Japão.
Os vulcões ativos incluem locais em que estão em disputa pelo Japão: Territórios do Norte, ao nordeste de Hokkaido, além das diversas cadeias de vulcões submarinos.
Dos 110 vulcões ativos, a agência monitora a atividade de 47 vulcões, 24 horas por dia, para detectar possíveis sinais de uma erupção eminente.
Os pesquisadores disseram que após o “Grande Terremoto” do ano passado, quando atingiu 9,0 graus de magnitude, as atividades sísmicas aumentaram, acrescendo em 20 os números de vulcões ativos em todo Japão, incluindo o Monte Fuji.
Foi um dos terremotos mais poderosos da história. Ele foi tão forte que uma parte da massa terrestre chegou a ser deslocada.
Durante o século passado, erupções vulcânicas em todo o mundo eram aparentemente desencadeadas por terremotos de 9,0 graus de magnitude ou até mais fortes.
Nakamura também está envolvido com a Sociedade de Vulcanologia do Japão, uma organização sem fins lucrativos. Ele disse que o estudo foi criado para ajudar as autoridades locais a se prepararem para uma contingência resultante de uma grande erupção, avaliando os riscos decorrentes por vulcões em todo o país.
De acordo com o estudo, 1.162 erupções ocorreram no Japão nos últimos 2.000 anos. Destes, 52 foram os principais eventos que expeliram um enorme volume de cinzas e lavas durante um curto período de tempo. Isso equivale a uma erupção de grande escala que ocorre a cada 38 anos.
Os registros mostram que três erupções vulcânicas ocorridas no século XVII, incluindo uma no Monte Hokkaido-Komagadake, em 1640, expeliu o equivalente a 1bilião de metros cúbicos de cinzas e lava.
Duas erupções semelhantes ocorreram no século XVIII, uma envolvendo o Monte Fuji, em 1707.
O estudo mostrou que as erupções, de proporções relativamente grandes, ocorreram 124 vezes. Foram registrados 562 casos de erupções de média escala, ou seja, uma a cada 3,6 anos.
Estão incluídas as erupções do Monte Unzen-Fugendake, na prefeitura de Nagasaki, em 1991, e a erupção do Monte Usuzan em Hokkaido, em 2000.
As atividades vulcânicas mais ativas ocorrem no Monte Aso, na prefeitura de Kumamoto, é o monte mais ativo com 167 erupções registradas, seguido pelo Monte Asama, que abrange as prefeituras de Nagano e de Gunma. Não menos importantes seguem os temíveis: Monte Sakurajima, na prefeitura de Kagoshima; Monte Izu-Oshima das ilhas Izu, na região administrativa de Tóquio; e o Monte Kirishima, que abrange as prefeituras de Kagoshima e de Miyazaki.
O Monte Fuji entrou em erupção 38 vezes.
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