Um estudo liderado pelo governo do Japão para evitar ataques virtuais tem gerado fortes preocupações no país, uma vez que ele permite acesso a todos os aparelhos conectados à Internet, como smartphones, câmaras de vigilância e computadores.
Segundo uma matéria do Asahi Shimbun, o Ministério das Comunicações está assumindo a persona de “Big Brother” com o anúncio de que planeja realizar um enorme estudo de segurança cibernética. O principal objetivo do estudo, afirma o governo, a ser realizado em conjunto com o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicações (NTIC, na sigla em inglês), é verificar a vulnerabilidade das senhas nos aparelhos, como roteadores, sensores e câmeras.
O estudo usará um programa que insere automaticamente cerca de 100 senhas bastante simples, conhecidas por serem usadas em ataques de hackers. Entre as senhas a serem usadas estão “admin”, “password”, “111111” e “123456”. Caso a senha de um aparelho esteja nesta lista, um e-mail será enviado ao usuário solicitando que ela seja alterada.
Autoridades do governo insistem que a confidencialidade das comunicações não será comprometida, uma vez que o conteúdo do endereço do e-mail e outras comunicações dos aparelhos não serão acessados.
O ‘Asahi’, porém, levanta preocupações sobre a confiabilidade em relação à dados pessoais, visto que o governo revisou em 2018 uma lei que proíbe o acesso não autorizado a computadores.
“A lei foi revisada especificamente para conceder às NTICs uma isenção especial durante um período de cinco anos e assim permitir a realização do estudo sobre a segurança cibernética”, destaca o jornal japonês.
Antes desta lei, era proibido qualquer tipo de acesso à dispositivos de cidadãos comuns e de empresas conectados à Internet.
Mediante isso, o ‘Asahi’ diz que “há grandes preocupações sobre o governo ter autoridade para acessar unilateralmente todos os dispositivos em empresas e residências conectadas à Internet”.
MN – Mundo-Nipo
Fonte: Asahi Shimbun.
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