Foguete H3 explodiu logo após decolar do Centro Espacial Tanegashima | © Kyodo

Falha no motor obriga Japão a destruir novo foguete logo após lançamento

Foguete H3, de 5 bilhões de ienes, transportava um satélite de gerenciamento de desastres que também era equipado com sensor para detectar testes de mísseis norte-coreanos.

O novo foguete H3 da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) foi ordenado a se autodestruir em seu primeiro voo depois de uma falha no motor de segundo estágio, nesta terça-feira (7), com o fracasso marcando mais um golpe nas aspirações do país na indústria espacial, informou a agência Kyodo.

De acordo com a Jaxa, as três toneladas de detritos do foguete caíram em uma região remota do oceano a centenas de quilômetros ao leste das Filipinas.

“Não houve relatos de danos causados ​​pela queda de destroços”, afirmou a Jaxa.

A falha ocorreu após uma série de atrasos no desenvolvimento do sucessor do confiável foguete H2A, incluindo uma tentativa de lançamento anterior em 17 de fevereiro último, a qual foi abortada momentos antes da decolagem no Centro Espacial de Tanegashima, na província de Kagoshima, no sudoeste do Japão, devido a equipamentos elétricos com defeito.

O foguete de 57 metros de altura transportava o ALOS-3, um satélite de observação terrestre de gerenciamento de desastres que também é equipado com um sensor infravermelho experimental projetado para detectar lançamentos de mísseis balísticos norte-coreanos.

Em coletiva de imprensa, o presidente da JAXA, Hiroshi Yamakawa, pediu desculpas por “não atender às expectativas do público” e prometeu que a agência “se dedicaria a descobrir a causa do problema e assim restaurar a confiança do público”.

No entanto, o chefe de projeto da JAXA, Masashi Okada, disse que é “imprevisível” mensurar o tempo necessário para investigar e resolver a causa da falha.

O resultado é o mais recente revés para a JAXA, cujo foguete menor Epsilon-6 foi ordenado a se autodestruir poucos minutos após a decolagem em outubro do ano passado, depois de ter desviado da trajetória programada.

O incidente pode levar o Japão a rever seu programa espacial, no qual o foguete H3, a primeira reformulação de seu principal veículo de lançamento em cerca de 20 anos, deveria proporcionar ao país uma posição de destaque no competitivo mercado espacial.

A promessa H3 custou 5 bilhões de ienes (US$ 37 milhões) para ser construída, o que representa a metade do custo de seu antecessor. Além disso, sua capacidade de lançamento de satélites “seria” 1,3 vezes mais elevada.

Corrida espacial

A competição global se intensificou desde que a inovadora empresa SpaceX de Elon Musk, que possui um forte histórico em lançamentos de foguetes, entrou no mercado.

Ainda assim, mesmo após ter seu então promissor foguete destruído, Japão espera aumentar os pedidos de lançamentos de satélites tanto de clientes domésticos como internacionais. Para tanto, o país pretende promover a taxa de sucesso de 97,8% do foguete H2A, que falhou apenas uma vez em 46 lançamentos desde sua introdução em 2001.

Créditos: Kyodo News

== Mundo-Nipo (MN)

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