Japoneses criam robôs que avaliam mau hálito e chulé

O mais recente avanço na área da robótica são dois autômatos destinados à franqueza de informar quando uma pessoa está na hora de escovar os dentes ou trocar as meias.

Do Mundo-Nipo

O mais recente avanço na área da robótica são dois autômatos destinados à franqueza de informar a uma pessoa que está na hora de escovar os dentes ou trocar as meias.

Os detalhes a respeito dos robôs foram revelados na quinta-feira (09) pelo jornal japonês Asahi Shimbun.

Robôs detectores de mau cheiro (Imagem: CrazyLabo / Edição MN))
Robôs detectores de mau cheiro (Imagem: CrazyLabo / Edição MN))

Segundo o jornal, a companhia japonesa CrazyLabo e o Colégio Nacional de Tecnologia de Kitakyushu, ambos da província de Fukuoka, desenvolveram dois robôs capazes de detectar e identificar diversos tipos de odores que exalam da boca e dos pés. Eles usam comentários sarcásticos e reações exageradas para incentivar o “infrator” a cuidar de sua higiene.

Um dos robôs se assemelha à cabeça de uma mulher e se chama “Kaori”, que em japonês significa “cheiro” ou “fragrância”. Já o outro tem o formato de um cãozinho e se chama “Shuntaro”.

Kaori tem cabelos castanhos e grandes olhos azuis, uma robô muito bonita, mas que pode envergonhar uma pessoa caso esta possua um hálito desagradável.

Quando uma pessoa sopra em seu rosto, ela analisa e quantifica os componentes de sua respiração, e avalia o cheiro em uma escala de um a quatro.

Se o hálito estiver bom, Kaori diz: “Tem cheiro de citros!”. Porém, se estiver fora dos padrões, programados como normal para o robô, as observações de Kaori podem ser bastante cruéis.

As declarações de Kaori sobre os hálitos malcheirosos são as seguintes: “Eca, você tem um mau hálito!” ou “Para, de jeito nenhum! Eu não aguento mais!”.

Mas quando Kaori julga o hálito de alguém como o pior da categoria, ela grita: “Emergência! Isso está além do limite de minha tolerância!”.

Já o cão-robô, Shuntaro, pode avaliar o cheiro que exala dos pés de um usuário. Ele balança a cabeça enquanto “fareja” e se o cheiro estiver bom ou razoável, a Quinta Sinfonia de Beethoveen é tocada como música de fundo.

Se o cheiro não estiver agradável, o cão-robô rosna para os pés do usuário. Mas se o chulé for realmente forte, a cabeça de Shuntaro cai, como se ele desmaiasse.

 

Robôs detectores de mau cheiro (Foto: Tokyo Times)
A robô Kaori avaliando o hálito de um usuário enquanto  Shuntaro fareja o odor dos pés (Foto: Tokyo Times)

 

Para avaliar os odores, a CrazyLabo se baseia em um sensor de odor disponível comercialmente, que pode monitorar e quantificar os vários componentes odoríferos transportados pelo ar.

O cão-robô pode identificar o tipo de odor e avaliar a sua resistência. Ele os quantifica e envia os dados para um computador incorporado. Kaori também pode quantificar a força de dois componentes de odor e avaliar seus níveis.

O presidente da CrazyLabo, Kennosuke Tsutsumi, disse que a ideia de criar os robôs surgiu após o terrível terremoto que devastou grande parte do nordeste japonês em 11 de março de 2011.

Tsutsumi, de 47 anos, é de Fukuoka, longe da região do desastre. Mas ele ia muito ao nordeste devido ao trabalho, e sentia que tinha que fazer algo para ajudar.

“Fiquei sem palavras depois de ver os destroços pós-terremoto enquanto dirigia através do nordeste, dois meses após o desastre”, disse Tsutsumi ao Asahi Shimbun.

A experiência o inspirou a fazer algo para que aquelas pessoas voltassem a sorrir.

Segundo Tsutsumi, como os seus familiares sempre reclamaram de seu mau hálito e chulé, ele idealizou os dois robôs após uma reunião com Takashi Takimoto, professor de engenharia mecânica no Colégio Nacional de Tecnologia de Kitakyushu.

Takimoto, de 32 anos, e seus alunos criaram programas de computador com amostras coletadas de odores para desenvolver os dois robôs. Dez estudantes mediram repetidamente os níveis de odores utilizando meias que usara durante dias. Eles também comeram vários alimentos com odores malcheirosos, como alho e natto (soja fermentada).

Depois de passar cerca de três meses trabalhando no projeto, eles concluíram os dois robôs, em fevereiro deste ano.

A CrazyLabo está pensando em visitar a região do nordeste com os robôs para mostrá-los ao público. A empresa também pretende torná-los rentáveis, alugando-os para diferentes eventos.

Atualmente a empresa está desenvolvendo um novo robô, semelhante ao Pinóquio, que cresce o nariz quando o usuário diz uma mentira. De acordo com a CrazyLabo, o androide tem a capacidade de monitorar as ondas cerebrais que possibilitam detectar a mentira.

“Eu quero continuar a produzir coisas que fazem as pessoas rir e criar um bom ambiente”, concluiu Tsutsumi na entrevista ao The Asahi Shimbun.

 

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