As três maiores empresas de telecomunicações do Japão planejam não utilizar os equipamentos atuais e futuros dispositivos de quinta geração (5G) das companhias chinesas Huawei e ZTE, informou a Kyodo News nesta segunda-feira (10) citando fontes relacionadas ao assunto.
A notícia chega em um momento de deterioração dos laços do governo da China com empresas de tecnologia chinesas pelos Estados Unidos e alguns aliados proeminentes, devido a preocupações com espionagem.
Na semana passada, fontes disseram à agência ‘Reuters’ que o Japão planejava proibir as compras governamentais de equipamentos da Huawei e da ZTE para garantir suas defesas contra vazamentos de inteligência e ataques cibernéticos.
Um porta-voz do Grupo SoftBank disse que a terceira maior empresa de telecomunicações do Japão está observando de perto a política do governo e continua considerando suas opções.
A quantidade de equipamentos em uso dos fabricantes chineses “é relativamente pequena”, disse ele.
As duas principais operadoras de telecomunicações do Japão, a NTT Docomo e a KDDI, disseram que ainda não haviam tomado nenhuma decisão.
A Docomo não usa equipamento de rede Huawei ou ZTE, mas fez parceria com a Huawei em testes 5G. A KDDI também não usa o equipamento da Huawei em sua rede “central”, disse uma porta-voz, acrescentando que não usa nenhum equipamento da rede ZTE.
Ao ser questionada sobre a notícia, a Huawei se referiu a um documento de política do governo japonês divulgado na segunda-feira sobre segurança cibernética. Esse documento declara o objetivo de um “ciberespaço livre, justo e seguro”, disse um porta-voz da Huawei.
“Essas são as ambições que a Huawei compartilha e estamos ansiosos para continuar a trabalhar de perto com os clientes no mercado japonês”, acrescentou. Enquanto isso, a ZTE se recusou a comentar o relatório.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês, Lu Kang, disse que a China já conversou com o Japão sobre o assunto.
A China sempre pediu ao Japão que forneça um ambiente aberto, justo e não discriminatório para as empresas chinesas que operam no país, e Pequim continuará prestando muita atenção a essa questão, disse Lu em uma entrevista coletiva diária.
“Acreditamos que as atividades operacionais normais das empresas chinesas não devem ser tratadas de maneira discriminatória”, acrescentou.
As ações da SoftBank, que tem a mais profunda relação com a Huawei entre as grandes empresas de telecomunicações japonesas, fecharam em queda de 3,5%, enquanto os papéis da Docomo e da KDDI recuaram cerca de 1%.
Mais cedo, a unidade de telecomunicações japonesa da SoftBank precificou seu IPO em 1.500 ienes (13,31 dólares) por ação e disse que venderá 160 milhões de ações extras para atender à demanda sólida, levantando cerca de 23,5 bilhões de dólares.
Mundo-Nipo
Fontes: Agência Reuters | Kyodo News.
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