Japonês ganhador do Nobel de Química quer ampliar pesquisa sobre íons de lítio

Akira Yoshino, 71 anos, e mais dois pesquisadores, desenvolveram as baterias de íons de lítio, hoje usadas em celulares, notebooks e carros elétricos.
Cientista Akira Yoshino Foto Edição Mundo Nipo Kyodo
Akira Yoshino | Foto Edição Mundo-Nipo.com

O químico japonês Akira Yoshino, que dividiu com pais dois pesquisadores o  Prêmio Nobel 2019 de Química pelo desenvolvimento de baterias de íons de lítio, hoje usadas em celulares, notebooks e carros elétricos, disse nesta semana que ainda há muitas perguntas sem resposta em sua pesquisa sobre os íons de lítio, e ele está entusiasmado para continuar seu trabalho.

Yoshino, 71 anos, membro honorário da empresa química japonesa Asahi Kasei Corp. e professor da Universidade Meijo, em Nagoya, estudou petroquímica na Universidade de Kyoto e terminou seu programa de pós-graduação em 1972.

Ele então se juntou à Asahi Kasei, onde se envolveu no desenvolvimento de baterias recarregáveis, que na época eram volumosas e caras para dispositivos eletrônicos portáteis.

Creditado com a criação de baterias de íons de lítio comercialmente viáveis, Yoshino disse em entrevista à Academia Real Sueca de Ciências que sua “curiosidade” tem sido a principal motivação para sua pesquisa.

“A verdadeira forma de íons de lítio é cheia de mistério. Se eu voltar ao básico de minha pesquisa, poderia descobrir novas ideias e tecnologias diferentes das que temos agora. É muito emocionante”, disse Yoshino mais tarde em uma sala de conferências na sede da Asahi Kasei em Tóquio, cujo espaço estava lotado de repórteres e funcionários da empresa.

Cientista Akira Yoshino Foto Kyodo
Akira Yoshino é ovacionado por repórteres e funcionários no salão de imprensa da Asahi Kasei |©Kyodo

Questionado sobre como se sentiu quando recebeu a notícia do prêmio, Yoshino disse: “Fiquei mais perplexo do que encantado”.

Yoshino ganhou o prêmio em conjunto com o químico norte-americano John Goodenough, de 97 anos, que ocupa a cátedra Cockrell Centennial em Engenharia da Universidade do Texas em Austin. O outro laureado é Stanley Whittingham, 77 anos, professor da Universidade de Binghamton.

Ao desenvolver as baterias agora amplamente encontradas em uma variedade de dispositivos, incluindo smartphones e laptops, o químico japonês usou um material de carbono no ânodo da bateria de íons de lítio, levando à criação de uma “bateria leve e resistente que pode ser carregada centenas de vezes antes de seu desempenho se deteriorar “, afirmou a academia.

“A maior contribuição para a proteção ambiental é espalhar o uso de tecnologias de energia solar e eólica que produzem eletricidade instável”, disse ele.

Natural da prefeitura de Osaka, Yoshino ganhou vários prêmios internacionais, incluindo o European Inventor Award do European Patent Office. Ele recebeu o título de Ph.D. da Universidade de Osaka em 2005.

Japão detém 27 Prêmios Nobel

Yoshino é o 27º japonês laureado com o Prêmio Nobel e o primeiro japonês a ganhar o Nobel de Química desde Eiichi Negishi e Akira Suzuki, em conjunto com o químico americano Richard Heck, foram laureados com a honraria em 2010.

Da Kyodo News / Tradução e edição Mundo-Nipo.com (MN).

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