Do Mundo-Nipo
A polícia japonesa está investigando o acesso irregular a centenas de contas de usuários do aplicativo Line, que é o mais popular do Japão e o que mais tem crescido no mundo.
Na sexta-feira (20), o Line publicou um comunicado no qual insta os utilizadores de seu aplicativo – em todo o mundo – a alterarem suas senhas, bem como todos os dados de cadastro, incluindo e-mail.
A companhia confirmou que houve mais de 300 casos de invasão a contas pessoais de seus usuários desde o final de maio, entre as quais, pelo menos, três casos geraram prejuízos financeiros aos utilizadores do aplicativo.
O Departamento da Polícia Metropolitana de Tóquio está investigando os casos a partir da informação disponibilizada pela empresa para identificar a origem dos acessos maliciosos. Segundo autoridades do departamento, a invasão pode ser classificada como “cibercrime”, de acordo com o jornal ‘The Asahi Shimbun’.
No início da semana passada, o Line já havia publicado um comunicado no qual alertava que “algumas contas de seus usuários tinham sido invadidas”.
“Os endereços de e-mail e senhas de clientes podem ter sido adquiridos indevidamente através de serviços oferecidos por outras empresas”, dizia o texto do comunicado do Line à imprensa, publicado na sexta-feira (14). No mesmo comunicado, a empresa alertou aos usuários para não usarem os mesmos e-mails e senhas de cadastro no aplicativo em serviços online oferecidos por outras empresas, sugerindo que a invasão às contas poderia ter ocorrido por meio de outros aplicativos.
Esta é a primeira vez que algo do tipo acontece com o Line, que atualmente é o mais popular aplicativo de bate-papo entre os japoneses e vem ganhando novos adeptos no mundo inteiro. Desenvolvido no Japão e lançado em 2011, o app já conta com mais de 400 milhões de usuários em todo o mundo e está presente em mais de 230 países. Só no Japão, o Line já tem quase 60 milhões de usuários.
O Line é um dos principais concorrentes do aplicativo norte-americano “Whatsapp”, que tem 450 milhões de usuários. Entretanto, o app japonês empresa diz que pretende chegar aos 500 milhões de usuários ainda em 2014.
O crescimento do Line é impressionante. Ainda mais quando seus números são comparados com a evolução da maior rede social do planeta. Segundo notado pelo jornal britânico ‘The Guardian’, o Facebook demorou três anos para atingir a marca de 58 milhões de usuários na Ásia, enquanto que o Line precisou de apenas doze meses.
Concebido originalmente como uma plataforma de troca de mensagens, o app hoje conta com uma série de funcionalidades que vão além da possibilidade de realização de chamadas, o que a faz diferente dos demais aplicativos no mercado.
A marca registrada do Line são os chamados “stickers”, imagens que os usuários podem mandar em substituição aos textos escritos. É possível trocar mensagens de texto e voz e realizar chamadas telefônicas em chats de grupo.
Uma funcionalidade interessante é o Home & Timeline, que se propõe a ser uma espécie de Timeline como a do Facebook. Lá, os usuários podem compartilhar atualizações e interagir com outros seguidores. É possível, inclusive, seguir perfis oficiais de personalidades como o tenista Rafael Nadal, por exemplo.
Outro diferencial é o quão “fofo” o Line é. O app conta com mais de 8 mil “stickers”, imagens bem humoradas usadas para decorar as mensagens, e que são desenhadas em estilo mangá. Os principais deles são os simpáticos urso “Brown” e o coelho “Cony”, conforme destacou a revista online Exame no início do ano.
E é exatamente nestes “stickers” que o Line tem uma boa fonte de renda. Muitos são gratuitos, mas sempre há a possibilidade de o usuário adquirir pacotes com outras opções de desenhos por 1,99 dólar em iPhones ou smartphones com Android.
O download do Line é gratuito e o app está disponível em diferentes sistemas operacionais. Além do iOS e Android, é possível baixá-lo em dispositivos Windows Phone, BlackBerry e Nokia Asha. E o Line também pode ser usado em computadores PC e Mac.
(Com informações da Agência Kyodo e jornal Asahi)
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