Japão pretende bloquear serviços de redes que permitem navegação anônima

A Agência Nacional de Polícia do Japão disse que irá solicitar aos provedores de internet do país para bloquear a rede de anonimato The Onion Router (Tor).

Do Mundo-Nipo

A Agência Nacional de Polícia do Japão disse que irá solicitar aos provedores de internet do país para bloquear a rede de anonimato The Onion Router (Tor, na sigla em inglês), informou nesta segunda-feira a imprensa japonesa.

 

Página da rede Tor (Imagem: Reprodução)
A rede Tor oferece o “open surce”, um programa gratuito para navegação anônima que é disponível para diversas plataformas, como Windows, Linux, Mac OS e Android (Imagem: Reprodução)

 

Segundo o The Mainichi News, a rede Tor é uma das mais utilizadas no Japão, pois oferece ferramentas para quem quer navegar na internet de forma completamente anônima.

O “open surce” é um programa gratuito e disponível para diversas plataformas, como Windows, Linux, Mac OS e Android. Contudo, apesar de sua popularidade, a Agência de Polícia do Japão quer que os provedores de internet bloqueiem o seu uso no país.

Muitos usuários do programa têm abusado de seus benefícios. Para as autoridades japonesas, um dos maiores problemas é a dificuldade na investigação de crimes virtuais por conta desses serviços que protegerem a identidade de seus usuários, de acordo com a Kyodo News.

A ferramenta foi inicialmente desenvolvida por um departamento da marinha dos Estados Unidos, impulsiona por ativistas políticos e defensores do anonimato na web.

A polícia japonesa começou a estudar a rede Tor depois que diversas ameaças de morte foram postadas online a partir de computadores comprometidos. Dois suspeitos acusados pela polícia teriam confessado o crime.

As ameaças continuaram e a polícia teve de admitir que a acusações foram “equivocadas”. Outras duas pessoas inocentes também foram presas, entre elas Masaki Kitamura, um diretor de animação que trabalhou em séries populares, como “Yu-Gi-Oh!”.


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O verdadeiro responsável pelas ameaças, Yusuke Katayama, de 30 anos, foi encontrado após a polícia ter descoberto um gato na Ilha Enoshima. O animal portava uma coleira contendo um cartão de memória que armazenava o programa usado para comprometer outros computadores e confundir as investigações. Os policiais chegaram à Katayama através de câmeras de vigilância, que filmou o criminoso ao lado do animal.

A perícia realizada no computador de Katayama revelou que ele usava a rede Tor. O caso deixou a polícia japonesa embaraçada devido às acusações equivocadas anteriormente.

De acordo com fontes do The Mainichi, os provedores não pretendem aceitar o pedido da polícia japonesa. “A privacidade nas comunicações é vital para nós”, teria dito a fonte.

Contudo, a polícia japonesa disse que pretende explicar mais detalhadamente para que os provedores entendam a seriedade do pedido.

A instituição também afirma que a rede Tor facilita a realização de fraudes financeiras, pedofilia e vazamento de informações confidenciais. Entretanto, a questão toca nos direitos de privacidade dos usuários na rede. E, independentemente de os servidores do país acatar ou não a decisão, o caso parece estar longe de uma conclusão.

 

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