O Instabridge, aplicativo sueco para Android e iOS que criou a maior comunidade de compartilhamento de redes wifi gratuitas do mundo, aposta em sua expansão no Brasil. O país é o maior mercado da empresa, com mais de 1,5 milhão de usuários em todos os estados que contam com 200 mil hotspots para fácil conexão sem custos. Todos os sinais são públicos, originados de universidades, lojas, cafeterias, restaurantes, shoppings, entre outros, que compartilham da cultura de internet gratuita.
Até o fim do ano, milhões de novos usuários brasileiros passarão a utilizar o aplicativo, de acordo com o plano de negócios da empresa. O fundador Niklas Agevik destaca que a proposta do aplicativo não se resume a uma ação social, mas a um empoderamento real daqueles que precisam acessar a internet de qualidade para diversos fins. Um fator que chama atenção no Brasil é que apenas 57% da população tem acesso à internet, estando o mercado ainda em amadurecimento e com potencial para crescer exponencialmente.
“Nosso objetivo é oferecer mecanismos que permitam a qualquer pessoa com um dispositivo móvel ter internet de graça para estudar, pesquisar e se divertir. Queremos dar mais acesso à informação e ao conhecimento”, destaca. De acordo com Agevik, a proposta da startup visa dar mais chances às pessoas, pois em um mundo no qual a internet tem particular importância em todas as esferas da vida, quem fica sem acesso à rede corre o risco de perder vários benefícios.
Tais como pesquisas para trabalhos acadêmicos, informações importantes nos noticiários, chances de empregabilidade via sites e busca por tratamentos de saúde. É neste cenário que fica clara a força e o valor da sharing economy, assim como da comunidade de usuários, na promoção do acesso à internet de qualidade para um grupo bem maior e variado de pessoas.
São os próprios usuários que mapeiam os locais que oferecem wifi gratuito e o app atualiza frequentemente a base de dados, sempre testando quais hotspots continuam ativos e com sinal de qualidade. “A partir do mapa criado, nossos usuários encontram imediatamente os hotspots ativos próximos de onde estiverem no momento”.
O aplicativo traz uma interface amigável, tornando fácil a busca por hotspots nas redondezas impulsionada pela insaciável necessidade de dados, acesso sem fio e de qualidade que têm um alto custo em várias partes do mundo, segundo o executivo. “Queremos ser uma alternativa àqueles que não têm condições financeiras de pagar pelo acesso mobile. Acreditamos que em um mundo no qual todos estão conectados, ninguém deveria ficar abaixo da ‘linha de pobreza dos dados’”.
Toda essa preocupação social tem base em um levantamento do próprio Instabridge, no qual foi identificado que mais da metade da população mundial não tem acesso à internet, mais de 2,6 bilhões de pessoas possuem um smartphone e mais 4 bilhões terão um nos próximos 4 anos. “Nós acreditamos em fazer o bem, encontrando e compartilhando soluções positivas onde outros enxergam apenas dificuldades. Temos consciência de que o nosso trabalho é importante”, conclui Agevik.
MMA Mobile Report 2015 – Cenário Brasileiro de Mobile
O estudo MMA Mobile Report 2015, sem relação com os levantamentos independentes do Instabridge, ajuda a ter uma ideia mais clara do cenário de acessibilidade à internet móvel no Brasil e das condições financeiras e hábitos dos usuários.
Em uma entrevista com 1.200 pessoas, incluindo millenials, Gen Y, Gen X e Boomers, 35% da Classe C; 52%, da Classe B; 13% da Classe A; cerca de 90% deles utilizam um smartphone para acessar a internet, principalmente os millenials. No caso destes últimos, 66% informaram buscar notícias, esportes e empregos; outros 31% disseram estudar matérias da faculdade, idiomas e tutoriais.
A economia de dinheiro nos planos de dados móveis também ficou bem clara na pesquisa: 58% dos entrevistados utilizam um plano pré-pago; 26%, pós-pago; 15%, plano controle. Pagam de R$ 10 a R$ 30 pelo uso de dados móveis 35% deles; de R$ 31 a R$ 50, 26%; de R$ 51 a R$ 70, 12%. Apenas 2% pagam planos de R$ 181 a R$ 210.
* Texto originalmente publicado no Startupi / Via Revista Exame.
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