Atualizado em 22/01/2024
A startup japonesa Ispace declarou que sua tentativa de fazer o primeiro pouso privado na Lua falhou na terça-feira, 25 (data local) depois de perder contato com seu módulo de pouso Hakuto-R Mission 1 (M1), concluindo que provavelmente ele caiu na superfície lunar.
“Perdemos a comunicação, então temos que assumir que não conseguimos completar o pouso na superfície lunar”, disse o presidente-executivo da ispace, Takeshi Hakamada, em uma transmissão ao vivo da empresa, enquanto os engenheiros de controle da missão em Tóquio continuavam tentando recuperar o contato com o módulo de pouso.
O módulo M1 parecia pronto para pousar de forma autônoma por volta das 01h40 de quarta-feira no horário do Japão (13h40 no Brasíl) depois de chegar a 90 metros da superfície lunar, mostrou uma animação ao vivo da telemetria do módulo de pouso.
No momento esperado para o pouso, os engenheiros no controle da missão pareciam ansiosos enquanto aguardavam a confirmação de sinal do M1, mas essa confirmação não veio.
“Nossos engenheiros continuarão investigando a situação”, disse Hakamada. “Neste momento, o que posso dizer é que estamos muito orgulhosos de já termos conseguido muitas coisas durante esta missão.”
A empresa disse em um comunicado na quarta-feira que acredita que a espaçonave pode ter feito um “pouso forçado” na superfície lunar.
“Acreditamos que cumprimos totalmente o significado desta missão, tendo adquirido uma grande quantidade de dados e experiência ao ser capaz de executar a fase de pouso”, disse Takeshi Hakamada, fundador e CEO do Ispace, disse no comunicado.
Hakamada disse em entrevista coletiva no final do dia que a missão foi um “grande passo à frente” para sua futura exploração espacial. A empresa planeja enviar um segundo módulo de pouso carregando seu próprio rover e cargas de clientes para a Lua em 2024.
“É difícil recriar (a baixa atração gravitacional da Lua) na Terra e, portanto, é complicado se preparar” para um pouso lunar de antemão, disse Yasunori Matogawa, professor emérito da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA).
“Outras condições que tornam o pouso na Lua complicado incluem a presença ou falta de uma atmosfera, bem como flutuações de temperatura”, acrescentou.
A espaçonave carregava sete cargas úteis, incluindo um rover dos Emirados Árabes Unidos e um pequeno robô desenvolvido principalmente pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão e pela empresa de brinquedos Tomy Co..
A sonda foi lançada do Cabo Canaveral, Flórida, em um foguete da SpaceX em dezembro e completou 8 dos 10 objetivos da missão espacial que é parte de seu programa de exploração Hakuto-R, cujo objetivo é usar a tecnologia para coleta de dados da superfície lunar e serviços de transporte de carga para a Lua.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse que o governo continuará a apoiar os programas espaciais das startups. “Continuaremos a apoiar o desafio interminável das startups japonesas no espaço”, disse ele no Twitter.
Corrida lunar acirrada
Por sua vez, a startup japonesa Dymon Co. também está na corrida para enviar seu próprio pequeno rover à Lua.
Batizado de Yaoki, o rover da Dymon está programado para decolar até o segundo semestre deste ano a bordo de um módulo lunar americano. Se for bem-sucedida, provavelmente se tornará a primeira empresa privada japonesa a aterrissar na superfície lunar.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte principal: Mainichi
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