Do Mundo-Nipo
Pesquisadores da Universidade Fundan de Xangai desenvolveram uma tecnologia que promete produzir velocidades de até 150 megabits por segundo (Mbps) com apenas uma lâmpada LED equipada com um processador de sinal. Chamada de “Light Fidelity” ou “Li-Fi”, a tecnologia permite que a lâmpada LED em uma residência possa ser utilizada como roteador Wi-Fi.
Segundo o professor Chi Nan, líder da equipe de pesquisadores, uma das principais vantagens da tecnologia Li-Fi é o seu custo inferior e maior eficiência em termos de energia do que os sistemas de rádio sem fio. Essa redução de custos é possível graças à difusão das lâmpadas LED e ao fato de que a instalação elétrica já estar pronta na maioria das residências, de acordo com o site ‘Techno Pyrate’.
A tecnologia tem enormes possibilidades, já que a luz visível é parte do espectro eletromagnético e é 10 mil vezes maior do que o espectro de radiofrequências, o que proporciona capacidade potencialmente ilimitada. Por outro lado, a tecnologia também traz limitações, uma vez que qualquer objeto que bloqueie a luz irá interromper o sinal da Internet.
Outro ponto negativo é que o sistema Li-Fi não será capaz de atravessar paredes como os sinais de rádio, o que limitará o seu uso em apenas um cômodo da residência. Por outro lado, no entanto, isso também evitará que as transmissões sejam interceptadas por pessoas não autorizadas que estejam em outro ambiente.
Entretanto, uma lâmpada LED poderá produzir velocidades de dados de até 150 megabits por segundo e seria suficiente para fornecer conectividade de rede para quatro computadores.
Especialistas, no entanto, disseram à BBC que são necessárias mais provas para sustentar o sistema Li-Fi, já que não há vídeo de apoio ou fotos mostrando a tecnologia em ação.
Uma das poucas apresentações do Li-Fi ocorreu em 2011, quando o professor Harald Haas, da Universidade de Edinburgh, demonstrou como uma lâmpada LED equipada com tecnologia de processamento de sinal transmitiu um vídeo de alta definição para um computador. O professor então criou o termo “light fidelity” ou Li-Fi e posteriormente montou a empresa ‘PureVLC’, onde tem explorado o uso da tecnologia.
“Estamos tão surpreso quanto todo mundo por este anúncio”, disse o porta-voz da PureVLC, Nikola Serafimovski, à BBC, acrescentando que precisaria de mais evidências sobre a nova tecnologia para dissuadir de vez com o ceticismo.
Este ano, o Instituto Fraunhofer de Heinrich Hertz, da Alemanha, defendeu a tecnologia, alegando que taxas de até 1 Gbps por frequência de luz LED foram possíveis em laboratório, fazendo com que uma lâmpada com três cores fosse potencialmente capaz de transmitir dados a até 3 Gbps.
O professor Chi Nan admitiu que a técnica ainda precisa de um maior desenvolvimento de micro chips e controles de comunicação antes de ser comercializada.
Entretanto, para por fim ao ceticismo, o professor e sua equipe de pesquisa, que inclui cientistas do Instituto de Shanghai de Física Técnica da Academia Chinesa de Ciências, informou que exemplos de kits Li-Fi serão exibidos mais detalhadamente na “China International Industry Fair”, em Xangai, no dia 5 de novembro.
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