Documentário mostra visão equilibrada de japoneses sobre crise nuclear em Fukushima

Uma diretora japonesa produziu um documentário sobre as comunidades afetadas pela crise nuclear em Fukushima.

Do Mundo-Nipo

Uma diretora japonesa produziu um documentário sobre as comunidades afetadas pela crise nuclear em Fukushima, sem deixar de levar em conta a opinião daqueles que se preocupam com o futuro econômico de suas regiões.

O documentário recém-concluído “Fukushima, Rokkasho e Mensagem para o Futuro”, narra experiências de pessoas que vivem próximas de usinas nucleares no Japão e como algumas delas pagaram um preço alto após o desastre nuclear de 2011.

 

Protesto antinuclear no Japão (Foto: Aflo Images)
Protesto antinuclear no Japão (Foto: Aflo Images)

 

Kei Shimada, diretora do documentário, é fotógrafa freelancer. Começou cobrindo questões nucleares na sequência do desastre de Chernobyl, em 1986, acabando por instalar-se em Rokkasho, na prefeitura de Aomori, onde passou a acompanhar o desenvolvimento do projeto de ciclo de combustível nuclear.

Os doze anos em que Shimada viveu na região renderam dois livros de fotos, tendo um ganhado prêmio jornalístico.

Shimada estava prestes a iniciar seu primeiro filme sobre Rokkasho quando o grande terremoto e tsunami de março de 2011 causaram a pior crise nuclear da história do Japão, na usina Fuksuhima 1, localizada na prefeitura de Fukushima.

Diante a tragédia, Kei Shimada mudou seu plano original, voltando a atenção para os moradores de Fukushima, além dos residentes de Rokkasho.

O documentário registrou as dificuldades da população, incluindo agricultores e pescadores que foram incapazes de produzir devido a radiação.

Em Rokkasho, Shimada registrou moradores que argumentavam que as usinas nucleares levaram empregos e renda para a aldeia.

Segundo informações da agência Kyodo, a diretora japonesa, que se declara sendo uma “não-proficional” do cinema, disse que recebeu o apoio de muitas pessoas para o projeto.

Kei Shimada disse que o documentário não foi simplesmente uma forma de manifestar uma mensagem anti-nuclear, mas de mostrar uma visão equilibrada da vida em torno das instalações nucleares.

O filme deverá ser exibido em salões comunitários e bibliotecas de várias cidades japonesas, incluindo Fukushima, além de algumas universidades.

 

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