Do Mundo-Nipo
O escritor centenário Shigeaki Hinohara usou uma triste experiência de quase um século atrás para escrever o seu primeiro livro voltado às crianças. Aos 102 anos, Hinohara ainda é bastante ativo tanto na carreira de escritor como na de médico. Ele é o presidente do conselho de administração do Hospital Internacional de São Lucas, em Tóquio, e escreveu muitos livros sobre temas como viver em uma sociedade envelhecida.
Segundo ele, a inspiração para escrever o seu mais recente trabalho, “Daisuki na Obachan” (“Grandma, I love you so much”, título em inglês, ou “Vovó, eu te amo tanto”, em tradução livre), veio depois de 10 anos envolvido com palestras sobre “lições de vida” em escolas de ensino fundamental tanto no Japão como no exterior.
Publicado pela Asahi Shimbun Publications, o livro fala sobre a morte de um ente querido visto através dos olhos de uma criança, e está agendado para ser lançado em 20 de abril.
Em uma entrevista exclusiva ao jornal The Asahi Shimbun, Hinohara disse que ele vive pelo mantra de que “o auto-desafio com algo novo é a chave para a longevidade”.
No dia 10 março de 2012, em sua coluna semanal “Arugamama Iku” (Acontecendo (ou indo) naturalmente) no Jornal The Asahi Shimbun, ele disse: “Eu vou ser um escritor de conto de fadas”. Em vez disso, no entanto, ele realizou algo novo.
Quando Hinohara tentou iniciar a trama de seu primeiro livro infantil, ele se lembrou da morte de sua avó, com quem viveu quando criança.
A protagonista do livro é a jovem Mari, que mora com a avó. Elas são muito ligadas e têm por costume brincar de jogos, como “cama de gato”, por exemplo. A avó de Mari, no entanto, fica doente. Apesar dos cuidados prestados pela mãe de Mari e de uma enfermeira, a mulher idosa acabou por vir a falecer pouco tempo depois de ter ficado enferma.
“Foi seu último suspiro”, disse Hinohara, lembrando-se de seus últimos momentos com sua estimada avó. Segundo ele, “as lágrimas encheram as rugas em torno do canto de seus olhos”, confessou o escritor.
Como médico, Hinohara esteve na cabeceira de inúmeros pacientes em seus últimos momentos de vida: “É triste e assustador falar sobre a morte, mas eu quero que as pessoas enfrentem, discutam e se preparem para a partida de um membro da família”, disse ele, explicando as razões que lhe motivaram a escrever o livro. “Ao fazê-lo, nós seremos mais capazes de encontrar paz de espírito”, concluiu Hinohara em sua entrevista ao The Asahi Shimbun.
Chiaki Okada, o ilustrador de “Daisuki na Obachan”, disse: “Eu tentei mostrar vividamente a memórias de Mari com a avó. E me sentiria muito grato se os leitores compreendessem que Mari está emocionalmente ligada a sua avó, mesmo depois de sua morte”.
Para ler a matéria original, acesse o The Asahi Shimbun (em inglês).
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