Em um importante avanço nas negociações entre o Japão e a China, as duas nações estão próximas de um acordo que pode desbloquear a proibição chinesa sobre as importações de frutos do mar japoneses. A chave para esse acordo está na criação de um mecanismo de monitoramento internacional mais robusto para o descarte de água tratada da usina nuclear de Fukushima.
De acordo com a Kyodo, fontes diplomáticas revelaram que a China está disposta a suspender a proibição, imposta em agosto de 2022, desde que o Japão e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) permitam que países terceiros participem ativamente do monitoramento do processo de descarte. Essa medida visa garantir a transparência e a segurança do processo, dissipando as preocupações chinesas sobre a contaminação radioativa dos produtos marinhos japoneses.
Para atender às demandas chinesas, o Japão e a AIEA planejam expandir o papel de países terceiros no monitoramento da liberação da água tratada. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, devem se reunir virtualmente na sexta-feira para discutir os detalhes desse novo acordo.
O plano prevê um aumento no número de pontos de amostragem e a participação de especialistas de diversos países na coleta e análise das amostras. Essa medida visa fortalecer a confiança internacional na segurança do processo de descarte e demonstrar que o Japão está agindo de forma transparente.
A China tem argumentado que a água tratada da usina de Fukushima ainda contém substâncias radioativas e representa um risco para a saúde humana e o meio ambiente. No entanto, o Japão e a AIEA asseguram que a água é tratada por meio de um sistema avançado de purificação e que o trítio, o único elemento radioativo que permanece na água após o tratamento, é liberado em níveis seguros.
A retomada das exportações de frutos do mar para a China é fundamental para a recuperação da indústria pesqueira japonesa, que foi duramente atingida pela proibição. Além disso, um acordo sobre o monitoramento da água de Fukushima pode ajudar a restaurar a confiança internacional no Japão e fortalecer as relações bilaterais entre os dois países.
Desafios e incertezas
Apesar das perspectivas positivas, ainda existem desafios a serem superados para que um acordo seja alcançado. A opinião pública chinesa sobre a segurança da água tratada de Fukushima permanece dividida, e alguns grupos podem continuar a se opor à reabertura do mercado para produtos japoneses. Além disso, a implementação do mecanismo de monitoramento internacional exigirá um esforço conjunto de todos os países envolvidos.
== Mundo-Nipo (MN)
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