Casos de bactéria ‘comedora de carne’ atingem recorde no Japão

Infectologista alerta que febre alta, dor de cabeça, inchaço dos membros e em feridas são sinais perigosos causados por essa bactéria, e deve-se procurar atendimento médico imediato.
Pessoas com máscara em Tóquio | ©Kyodo Images
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A Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico (STSS, na sigla em inglês), uma doença potencialmente mortal causada por uma bactéria popularmente chamada de comedora de carne, está se espalhando rapidamente no Japão, com o número de casos registrados no primeiro semestre deste ano já superando o recorde do ano passado, anunciou o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, de acordo informações noticiadas pela Kyodo na terça-feira

No primeiro semestre deste ano, foram registrados 977 casos da doença causada pela bactéria estreptococo do grupo A (Streptococcus Pyogenes). Essa bactéria é frequentemente associada à faringite estreptocócica, mas ocasionalmente leva à necrose dos membros e falência múltipla de órgãos.

O número de pessoas infectadas já superou os 941 do ano passado, o maior número anual de casos registrados desde que a notificação obrigatória começou a ser divulgada em 1999, de acordo com o instituto.

Por prefeitura, Tóquio relatou o maior número de casos, com 145. Infecções por cepas mais virulentas e contagiosas da bactéria estão sendo relatadas cada vez mais, particularmente na região de Kanto, centrada em Tóquio.

Ken Kikuchi, professor especializado em doenças infecciosas na Universidade Médica Feminina de Tóquio, disse à Kyodo que feridas nos pés são particularmente suscetíveis à infecção bacteriana estreptocócica, e pequenas lesões como bolhas e pé de atleta podem ser pontos de entrada. Pode levar apenas 48 horas da infecção até a morte em pacientes idosos.

“Febre alta acompanhada de delírio ou inchaço rápido das feridas são sinais perigosos”, e deve-se procurar atendimento médico imediato, acrescentou.

Principais sintomas

Entre os sintomas mais comuns causados pela bactéria estreptococo do grupo A (Streptococcus Pyogenes), e que leva à Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico (STSS), vulgo bactéria comedora de carne, estão inflamação na garganta, dor de cabeça, dores no corpo, inchaço nos membros, febre, vômitos e diarreia.

Como ocorre a transmissão?

A STSS é transmitida por meio de gotículas respiratórias e contato direto com secreções corporais. Mas a infecção também pode ocorrer por meio de feridas na pele, principalmente nas mãos e nos pés.

As autoridades de saúde estão aconselhando fortemente as pessoas a aderirem a medidas preventivas básicas, tais como lavar as mãos regularmente e cuidar adequadamente de ferimentos, bem como usar máscara para prevenir contágio.

Variante M1UK

Acredita-se que uma variante denominada cepa M1UK, considerada altamente transmissível entre as bactérias estreptococos do grupo A, esteja ligada ao aumento de casos de STSS, uma vez que tem sido cada vez mais detectada em pacientes desde meados de novembro do ano passado.

Faixa etária propensa à infecção

Na última década, indivíduos com 40 anos de idade ou mais foram consistentemente responsáveis por aproximadamente 90% do total de casos a cada ano em  Tóquio. Mas em 2023, houve um aumento significativo de pessoas infectadas na faixa dos 40 anos.

Pessoas de todas as idades podem ser infectadas, mas a STSS é mais comum entre indivíduos com 30 anos ou mais, de acordo com o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas.

== Por Maria Rosa / Mundo-Nipo (MN)

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