O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, anunciou nesta terça-feira (28) que suspenderá o estado de emergência pela pandemia de Covid-19 em todas as regiões do país na próxima quinta-feira (1), no que será a primeira vez em quase seis meses que a emergência sanitária será encerrada, mas será de forma gradual à medida que o número de novos casos e de mortes vem caindo e a pressão sobre o sistema médico segue reduzindo.
Atualmente, o estado de emergência no Japão cobre 18 prefeituras, incluindo Tóquio.
Os casos diários caíram em todo o país de mais de 25.000 no mês passado para 1.128 na segunda-feira (27), mas a abertura será gradualmente, com algumas restrições aos restaurantes e eventos de grande escala que permanecerão no local por cerca de um mês.
O governo introduzirá um sistema de certificação pelo qual apenas restaurantes aprovados podem permanecer abertos até 21h e a proibição de servir bebidas alcoólicas será suspensa em todos os lugares, a menos que os governadores locais se opunham.
“Graças ao progresso na vacinação e na administração de medicamentos com anticorpos neutralizantes, estamos entrando em uma fase em que os serviços médicos podem ser oferecidos de maneira estável, mesmo que ocorra um certo grau de infecções”, disse Suga em uma reunião da força-tarefa contra o coronavírus.
O Japão evitou em grande parte surtos explosivos vistos em países como os Estados Unidos e a Índia, embora tenha se saído mal para os padrões do Leste Asiático, com cerca de 1,7 milhão de casos e pouco mais de 17.500 mortes.
A variante Delta desencadeou uma quinta onda de casos no Japão que levou as infecções a níveis recordes no mês passado, colocando tanta pressão nos hospitais que alguns pacientes acabaram morrendo em casa sem receber cuidados médicos.
Para evitar superlotação nos hospitais, o governo estendeu as restrições de emergência para cerca de 80% da população até o final de setembro, resultando na realização das Olimpíadas de Tóquio sem espectadores.
A emergência será suspensa logo após o Partido Liberal Democrático (PLD) escolher seu novo chefe, que substituirá Suga como primeiro-ministro graças à sua maioria parlamentar.
Suga decidiu não concorrer à eleição depois que seus índices de aprovação despencaram devido ao modo como lidou com a pandemia.
Inicialmente criticado por sua lenta implementação de vacinas, seu governo conseguiu acelerar a campanha de vacinação no mês passado e alcançar muitas economias desenvolvidas . Agora, quase 60% da população está totalmente vacinada, com previsão de imunizar todos seus cidadãos até novembro – aqueles que desejarem ser vacinados.
No início do dia, o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, explicou a abordagem gradual para a reabertura, dizendo que “novos casos sem dúvida aumentarão” depois que a emergência for suspensa.
“Precisamos continuar com as medidas necessárias para evitar uma reincidência [de casos de Covid-19]”, disse ele, acrescentando que se as infecções surgirem novamente, o restabelecimento de uma “quase emergência” mais limitada também será uma opção.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Agência Reuters
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