Os salários reais no Japão caíram pelo 17º mês consecutivo, com o rendimento médio caindo 2,5% em agosto em relação ao ano anterior, informou o governo do país na sexta-feira (6), de acordo com o jornal financeiro Nikkei Asia.
Os ganhos em dinheiro subiram 1,1% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social publicados ontem. Isso se compara ao núcleo da inflação ao consumidor, excluindo alimentos frescos, de 3,1%, que também superou a meta de 2% do Banco do Japão (BOJ, banco central japonês) por 17 meses consecutivos.
O salário mínimo médio por hora do Japão para este ano será de 1.004 ienes (US$ 6,76), um aumento de 43 ienes em relação ao ano passado, disse o ministério em agosto. Esta é a primeira vez que o salário mínimo por hora no Japão supera 1.000 ienes. No mesmo mês, o primeiro-ministro Fumio Kishida anunciou planos para aumentar o salário mínimo médio para 1.500 ienes por hora até meados da década de 2030.
Mesmo assim, as famílias estão lutando à medida que os salários ficam atrás da inflação que é, em grande parte, alimentada pelo enfraquecimento do iene. A moeda japonesa caiu para 150 em relação ao dólar nesta semana.
Uma pesquisa do Teikoku Databank com 195 empresas de alimentos divulgada na semana passada mostrou aumentos de preços para 4.634 produtos em outubro, com aumentos para alimentos processados, como presunto, além de itens como sorvetes e chocolate.
Dados separados na sexta-feira mostraram que os gastos do consumidor do Japão também encolheram pelo sexto mês consecutivo em agosto, indicando que os recentes aumentos salariais não foram suficientes para reanimar o poder de compra dos consumidores.
Em termos reais, excluindo o efeito das flutuações de preços, as famílias de duas ou mais pessoas gastaram uma média de 293.161 ienes (US$ 1.970) no mês, uma queda de 2,5% em relação ao ano anterior, de acordo com o Ministério da Administração Interna e Comunicações.
O Banco do Japão está observando de perto os aumentos salariais e de preços enquanto avalia se deve aumentar as taxas de juros ou encerrar sua política de controle da curva de juros dos títulos do governo japonês. Em Osaka, na semana passada, o governador do BOJ, Kazuo Ueda, enfatizou que o objetivo do banco central era alcançar uma inflação estável de 2% ao lado do aumento dos salários.
== Mundo-Nipo (MN)