Os ganhos nas exportações japonesas desaceleraram mais do que o esperado em agosto, quando uma nova onda de Covid-19, impulsionada pelo variante delta, afetou a recuperação do comércio global e os bloqueios da cadeia de suprimentos prejudicaram os embarques de automóveis.
O valor dos embarques do Japão para o exterior aumentou 26,2% em comparação com agosto do ano passado, marcando o marcando 6º mês seguido de aumento em termos anualizados, mas os ganhos desaceleraram em relação ao ritmo de 37% registrado em julho, informou o Ministério das Finanças na sexta-feira, acrescentando que a queda é devido, em grande parte, a desaceleração nos embarques de carros para os EUA.
O resultado em agosto é bem menor que a expectativa mediana de economistas, que previam aumento de 34% para o 8º mês do ano.
Na comparação com dados dessazonalizados, as exportações aumentaram 0,8% em relação a julho, diz o ministério.
Os números da terceira maior economia do mundo sugerem que o comércio global pode estar perdendo ímpeto à medida que um ressurgimento do vírus causa fechamentos de fábricas, atrasos nas remessas e estreitamentos na cadeia de suprimentos.
A maior montadora do mundo em termos de vendas globais, a Toyota Motor, anunciou mais cortes de produção devido à escassez de semicondutores, que devem pesar ainda mais nos embarques daqui para frente.
As exportações de aço e equipamentos de fabricação de chips lideraram os ganhos com embarques em agosto. As peças de automóveis foram outro grande contribuinte, embora o aumento anual tenha desacelerado para menos da metade do ritmo de julho.
O relatório comercial também mostrou que os embarques de unidades de carros caíram no mês passado pela primeira vez desde fevereiro. O valor das principais exportações de automóveis continuou a aumentar, mas os ganhos foram impulsionados por uma moeda japonesa mais fraca, que havia caído cerca de 3% no ano até meados de agosto.
Os embarques para a China cresceram no ritmo mais lento em seis meses, com as exportações de equipamentos para fabricação de chips caindo dois dígitos. Uma paralisação de duas semanas em um importante porto chinês prejudicou as rotas marítimas já estressadas na Ásia e provavelmente atrapalhou a entrada em um dos principais mercados japoneses.
Apesar do crescimento mais lento com relação ao ano anterior nos embarques gerais, as exportações aumentaram 7,6% em comparação com os dados de 2019, indicando que o comércio continua acima dos níveis pré-pandêmicos.
Déficit comercial
As importações de agosto aumentaram 44,7% no comparativo anual, ante a mediana das estimativas de aumento de 40,0%.
É o maior o maior salto desde 1980, o que desencadeou um déficit comercial de 635,4 bilhões de ienes (US$ 5,81 bilhões), mas também sinalizou uma demanda doméstica robusta.
Ainda assim, qualquer desaceleração nas exportações provavelmente arrastará a recuperação japonesa que já está atrasada em relação a outras grandes economias, à medida que consumidores e empresas de serviços lutam contra as contínuas restrições aos vírus.
Os economistas ainda veem o Japão mantendo o crescimento neste trimestre, embora um pouco mais lento, com ganhos em investimentos empresariais e gastos do governo ajudando a compensar a queda nos gastos do consumidor.
Outro pacote de estímulo fiscal de cerca de 30 trilhões de ienes deve ser revelado por quem quer que suceda o primeiro-ministro Yoshihide Suga em uma votação de liderança no final deste mês.
*Veja a tabela completa na página de relatórios do site do Ministério das Finanças do Japão.
== Mundo-Nipo (MN)
Com Agência Bloomberg.
Atualizado em 20/09/2021.
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