A economia do Japão caiu 1,3% entre janeiro e março em relação ao trimestre anterior, enquanto encolheu 5,1% a uma taxa anualizada no primeiro trimestre, uma vez que o número de novos casos de Covid-19 aumentaram no período e interrompeu a série de dois trimestre de crescimento, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo governo do país.
O resultado é equivalente com a previsão média de contração de 1,2%, ou uma queda anualizada de 4,6%, em uma pesquisa com 37 economistas do Centro de Pesquisas Econômicas do Japão.
A forte contração do Produto Interno Bruto (PIB) é devido, em grande parte, ao segundo estado de emergência no período entre 8 de janeiro e 21 de março, no qual instou as pessoas a se absterem de sair à noite e de viajar pelo país, bem como apelou às empresas a manterem os funcionários em home office o máximo de tempo possível. Acredita-se que tais restrições tenham freado os gastos pessoais com viagens e restaurantes.
O consumo privado caiu 1,4% em relação ao trimestre anterior. Serviços como restaurantes retrocedeu 2,6%, bens semiduráveis, como vestuário, sofreram descenso de 3,0%, enquanto bens duráveis, como eletrodomésticos, recuaram 3,1%.
O estado de emergência não foi a única causa para o consumo lento. Os bônus de inverno mais fracos também foram tiveram uma robusta parcela de culpa, disse Toru Suehiro, economista sênior da Daiwa Securities.
De acordo com uma pesquisa da Nikkei, os bônus de inverno caíram 8,5% no ano, o maior declínio desde a queda de 14,9% em 2009, um ano após a crise do Lehman.
No trimestre janeiro-março, o consumo do governo também caiu de altos níveis no segundo semestre de 2020, durante o qual o consumo do governo foi mantido elevado pela campanha de viagens denominada “Go To”. O programa de subsídios de viagem foi interrompido antes da temporada de férias de fim de ano em meio a novos surtos de coronavírus.
Terceiro estado de emergência
O Japão impôs um terceiro estado de emergência em 25 de abril, à medida que novas variantes de Covid-19 se espalharam pelo país, especialmente fora de Tóquio, levando alguns economistas a prever outra contração no trimestre abril-junho. Economistas esperam, em média, que a economia se recupere 0,5%, ou um ritmo anualizado de 1,8% de abril a junho, de acordo com uma pesquisa da JCER.
Quão forte será a recuperação no período de abril a junho depende se o estado de emergência será levantado de fato no final de maio, disse Hideo Kumano, economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute.
O número de novas infecções tem mostrado sinais de declínio em Tóquio e Osaka, dando esperanças de uma recuperação, mas Kumono acredita que a recuperação será modesta.
Vacinação lenta
Diferenças em situações pandêmicas e ritmos de implantação de vacinas levaram a desempenho econômico divergente entre as regiões no primeiro trimestre. O Japão tem lutado para implementar vacinas devido, em parte, a um fornecimento limitado, mas também devido à escassez profissionais da saúde que administram vacinas.
Até meados do mês passado, Japão havia vacinado apenas cerca de 1,1 milhão de seus 126 milhões de habitantes, ou seja, menos de 1% da população, o que levantou preocupações sobre o Japão não ser capaz de proteger as pessoas da Covid-19 durante os Jogos de Tóquio em julho.
Em 2020, a economia japonesa marcou a primeira contração anual desde a crise financeira de 2009.
O PIB do Japão registrou descenso de 4,8% no ano passado, enquanto a leitura no 4º trimestre apresentou crescimento de 3% na comparação com o 3º trimestre, quando atingiu o ritmo mais rápido de crescimento já registrado em 50 anos.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Nikkei Asia.
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