Inflação japonesa desacelera, mas pressões persistem

O principal índice que mede a inflação no Japão desacelerou em setembro devido a subsídios governamentais, mas a pressão sobre os preços se mantém.
Pessoas fazendo compras em supermercado no Japão | ©Matichon.jp
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O Japão registrou desaceleração no núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) em setembro, um indicador chave da inflação. No entanto, a pressão sobre os preços ainda se mantém, desafiando o Banco do Japão (BOJ, o banco central japonês) em sua busca por estabilizar a inflação em torno de 2%.

Os dados divulgados pelo Ministério do Interior e Comunicações, nesta sexta-feira (18), mostram que o núcleo do IPC, que inclui derivados de petróleo, mas exclui os preços de alimentos frescos, aumentou 2,4% em setembro em relação ao ano anterior, ligeiramente abaixo da previsão do mercado de 2,3%. Essa taxa, embora tenha desacelerado em relação aos 2,8% registrados em agosto, continua acima da meta do BOJ.  

A desaceleração da inflação em setembro foi atribuída, em grande parte, à implementação de subsídios governamentais para reduzir as contas de serviços públicos. Essa medida temporária, destinada a aliviar o peso da inflação sobre os consumidores, deve impactar negativamente a inflação nos próximos meses.

O indicador ainda mais observado pelo BOJ, chamado de núcleo do núcleo do IPC, que exclui os efeitos de alimentos frescos e combustível, subiu 2,1% em setembro, em comparação com 2,0% em agosto. Esse índice é considerado um melhor indicador dos movimentos de preços impulsionados pela demanda, uma vez que elimina a volatilidade dos preços de alimentos e energia.

“A queda dos preços globais das commodities e o aumento do iene provavelmente reduzirão os preços dos alimentos no futuro”, afirmou Junichi Makino, economista-chefe da SMBC Nikko Securities. No entanto, ele alerta que a inflação de serviços deve continuar estável, o que pode limitar a queda dos preços gerais, de acordo com a Reuters.

Marcel Thieliant, diretor da Capital Economics para a região Ásia-Pacífico, espera que a inflação, excluindo alimentos frescos e energia, permaneça em torno de 2% até o início do próximo ano, para então cair gradualmente para abaixo de 2%. “Dessa forma, ainda esperamos que o Banco do Japão avance com outro aumento da taxa de juros antes do final do ano”, disse ele, conforme noticiou a Reuters.

O Banco Central do Japão tem intensificado seus esforços para controlar a inflação, que ultrapassou sua meta de 2% por mais de dois anos. A instituição encerrou as taxas de juros negativas em março e aumentou os juros de curto prazo para 0,25% em julho. O presidente do BOJ, Kazuo Ueda, sinalizou que o banco continuará ajustando sua política monetária para garantir que a inflação seja sustentável e estável.

*A tabela com os dados completos pode ser conferida no site do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações.

== Mundo-Nipo (MN)

A notícia foi revisada com a ajuda de inteligência artificial (Gemini), o que confirma a veracidade das informações contidas no texto. Para saber mais, acesse Gemini revisor de texto.


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