Os preços do arroz em Tóquio dispararam em outubro, registrando um aumento recorde de 62,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo governo na sexta-feira (25). Esse aumento significativo se tornou um tema central nas discussões sobre a alta do custo de vida no Japão.
A elevação no custo do arroz, a maior desde que começaram a ser coletados dados comparativos em 1971, é atribuída a vários fatores. Primeiramente, os agricultores estão transferindo aos consumidores os crescentes custos de mão de obra e fertilizantes, num contexto de inflação exacerbada pela desvalorização do iene. Embora essa desvalorização possa beneficiar as exportações — tornando os produtos japoneses mais baratos no exterior —, ela também aumenta os custos das importações, o que é crítico para um país como o Japão, que depende fortemente de alimentos e energia trazidos de fora.
Além disso, a situação do mercado de arroz deve-se à demanda crescente impulsionada pelo turismo, impactando o setor de restaurantes, enquanto a oferta é afetada por condições climáticas adversas ocorridas no ano passado. Embora muitos esperem que a nova colheita de arroz possa trazer alívio, analistas já apontam que, com os preços ao consumidor em Tóquio servindo como indicadores de tendências em âmbito nacional, a continuidade da alta é uma previsão provável.
O primeiro-ministro Shigeru Ishiba, que assumiu o cargo em 1º de outubro, prometeu implementar políticas econômicas para mitigar o impacto das altas de preços nas famílias após as eleições para a Câmara dos Representantes. Essa promessa reflete a urgência em responder a uma crise de custo de vida crescente, onde o aumento dos preços excede o crescimento salarial.
Cientes dessa realidade, a maioria dos partidos políticos, incluindo o Partido Liberal Democrata (PLD), firmou compromissos em suas campanhas para estimular aumentos salariais nas empresas. Recentemente, os salários reais no Japão caíram 0,6% em agosto em comparação ao ano anterior, marcando o primeiro declínio em três meses, ao passo que o índice de preços ao consumidor em setembro, excluindo os preços voláteis de alimentos frescos, aumentou 2,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Aumento geral nos preços
Com o preço do arroz e de outros alimentos subindo de forma acentuada, o Japão enfrenta um cenário inflacionário que preocupa os consumidores. O Ministério de Assuntos Internos e Comunicações relatou um aumento geral de 3,8% nos preços de alimentos em Tóquio em outubro. A situação se agrava com o aumento de 4,0% nas contas de eletricidade e 1,8% no preço do gás, aumentando as dificuldades financeiras para as famílias.
Além disso, produtos como chocolate registraram uma elevação expressiva de 21,7%, resultado de aumentos nos custos de produção enfrentados pelos fabricantes. Outros itens essenciais, incluindo o café e a carne bovina importada, também mostraram elevações significativas, com aumentos de 16,6% e 14,1%, respectivamente. Em relação aos preços básicos ao consumidor, houve um incremento de 1,8% em comparação ao ano anterior, embora esse crescimento tenha desacelerado nos últimos dois meses, refletindo o impacto do fim dos subsídios do governo para serviços públicos essenciais.
== Mundo-Nipo (MN)
Com Kyodo News Japan
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