A Coreia do Norte e a Coreia do Sul desfilarão unidas sob a mesma bandeira na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno que acontece em território sul-coreano no próximo mês, segundo noticiou ontem (18) a imprensa internacional.
Se acontecer o que até pouco tempo era impensável, e que parece ter sido acordado na cidade de Panmunjon, será sob uma “única bandeira unificada” que desfilarão centenas de norte-coreanos no evento sediado na Coreia do Sul.
Entre os elementos da delegação que poderão vir a atravessar pela primeira vez a fronteira terrestre entre o Norte e o Sul vão estar 230 cheerleaders (líderes de torcida), 140 músicos de orquestra e 30 atletas de taekwondo.
O acordo foi alcançado durante as conversações de alto nível e de tréguas que ocorreram depois de mais de dois anos de silêncio e a seguir aos momentos mais tensos entre as duas Coreias.
Em 28 de novembro, a Coreia do Norte realizou testes com mísseis balísticos que provocaram os vizinhos. O degelo diplomático começou no ano novo, quando Pyongyang se ofereceu para participar nos Jogos. Existe ainda uma grande possibilidade de que as duas Coreias formem uma equipe conjunta de hóquei no gelo feminino.
Além disso, o Norte já disponibilizou também uma delegação de 150 atletas para participarem dos Jogos Paralímpicos de março.
A expressão de desconfiança já levou milhares de conservadores a assinarem petições para que Seul desista destes planos, o que foi prontamente contrariado pelo presidente liberal sul-coreano Moon Jae-in.
“Pelo contrário”, defendeu ele na quarta-feira (18). “A participação dos norte-coreanos poderá contribuir para a evolução positiva das relações entre os dois países”, afirmou Moon Jae-in.
Entretanto, o ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Taro Kono, foi expressivo ao dizer que o mundo não deveria se deixar cegar nem iludir com aquilo que chamou de “manobra de charme” de Pyongyang.
Kono defende que não há motivos sólidos para “aliviar a pressão ou recompensar” a Coreia do Norte, considerando que o empenho do Norte em diálogo pode ser mesmo “prova de que as sanções impostas pela ONU, além de duras sanções unilaterais promovidas pelo próprio Japão, estão começando a surtir seus efeitos”.
Fontes: Cristiana Peres, do Jornal Expresso | Kyodo.
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