Japonês abandona escalada perto de alcançar o topo do Everest

“Percebi que não voltaria vivo se continuasse subindo”, explicou o japonês em sua página no Facebook.

Do Mundo-Nipo

O alpinista japonês Nobukazu Kuriki, de 33 anos, abandonou neste domingo (27) sua escalada perto de alcançar o pico do Monte Everest, no Nepal. Kuriki foi o primeiro alpinista a tentar chegar ao topo do mais alto monte do mundo desde o forte terremoto em abril, que praticamente devastou o Nepal.

“Empreguei toda a minha energia (…) mas levou muito tempo para me mover na neve profunda”, escreveu Nobukazu Kuriki em sua página no Facebook. “Percebi que não voltaria vivo se continuasse subindo.”

O alpinista decidiu abandonar a escalada depois de deixar, na noite de sábado, “o acampamento final”, o South Col, passagem entre o Monte Lhotse (quarto maior do mundo) e o Everest. O local é onde os alpinistas costumam acampar antes da última subida.

“Muito obrigado por todo o apoio”, concluiu o valente alpinista em sua publicação na rede social.

Esta foi a quinta tentativa de Kuriki nos últimos seis anos, e a expectativa para que ele atingisse o cume do Everest era grande, principalmente porque Kuriki não tem nove dedos das mãos, que foram perdidos em uma de suas tentativas de alcançar o cume do Everest.

Em 2012, ele ficou preso em um buraco de neve a 8,3 mil metros de altura, sob temperaturas inferiores a -20°C, e acabou perdendo nove dedos das mãos por causa do congelamento.

Kuriki, que chegou ao Nepal há mais de um mês para se acostumar com o clima, foi até agora a única pessoa a agendar uma subida ao Everest durante o outono, período do ano em que a tarefa é ainda mais desafiadora.

Ele seguiu a mesma rota utilizada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953, quando se tornaram as primeiras pessoas a atingir o topo da montanha de 8.848 metros de altitude, o lugar mais alto do planeta e comumente referido como o “teto do mundo”.

Kuriki prefere escalar no inverno, sozinho e com o mínimo de apetrechos possível. “É a mais pura forma de escalar, e vale o perigo extra”, disse no passado.

A falta dos dedos representa desafios maiores até mesmo nas manobras mais básicas do alpinismo. “Sim, eu me sinto nervoso e com medo”, afirmou à agência de notícias Reuters após chegar ao Nepal.

Fontes: BBC News | Agência Reuters | Nobukazu Kuriki Facebook.

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