O governo do Japão está considerando uma redução fiscal de até 10% das despesas de capital para a produção de bens que levem à descarbonização ambiental, já que o país pretende reduzir as emissões de gases do efeito estufa a zero até 2050, informou o jornal financeiro Nikkei.
Trabalhando em conjunto com o Partido Liberal Democrata, no poder, o governo está finalizando o esboço das revisões de política tributária. Um corte de 10% seria a maior redução de impostos para investimentos de tecnologias em instalações de produção.
O governo decidirá quais áreas levarão à cortes de emissões de gases, como baterias de íon de lítio, células de combustível de hidrogênio, dispositivos semicondutores de energia para controle de tensão e equipamentos de energia eólica.
Por exemplo, a dedução fiscal se aplicaria à expansão das instalações de produção ou investimentos para reduzir o consumo de eletricidade nesses setores. Outras áreas podem ser adicionadas para apoiar empresas que fazem investimentos em tecnologia verde (TI Verde), uma tendência mundial cujo objetivo é produzir tecnologias que ajudem o meio ambiente de modo geral.
Para uma empresa ser aprovada para dedução de impostos, ela terá que apresentar um plano de negócios que mostre como seu investimento chegará à redução de emissões. A dedução varia de 5% a 10% do imposto sobre as sociedades, dependendo do grau de contribuição para a descarbonização.
O sistema de aprovação será estabelecido após a emenda da Lei de Fortalecimento da Competitividade Industrial. A política tributária permanecerá vigente por três anos a partir do ano fiscal de 2021.
Fundo de US$ 19 bilhões
O primeiro-ministro Yoshihide Suga anunciou este mês a criação de um fundo de 2 trilhões de ienes (US$ 19 bilhões) para ajudar na pesquisa de descarbonização e nos esforços de desenvolvimento. Seu orçamento e políticas fiscais visam apoiar a digitalização e os esforços verdes, que ele vê como duas fontes principais de crescimento.
O abastado fundo foi reiterado pelo primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, na Cúpula da ONU sobre o clima na semana passada, na qual marcou o quinto aniversário da adoção do Acordo de Paris.
Suga também reiterou reiterou seu compromisso, anunciado em outubro passado, de reduzir as emissões de gases do efeito estufa a zero até 2050, pensando em uma sociedade neutra em carbono.
Estado de emergência climática
Na cúpula online, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, pediu aos líderes mundiais que declarem estados de “emergência climática”, instando-os a fazer mais para reduzir o CO2 e de emissões de gases de efeito estufa, de acordo com a NHK News.
Guterres disse que o mundo ainda não está indo na direção certa cinco anos após a adoção do acordo. Ele disse que se o mundo não mudar de curso, pode estar caminhando para um aumento catastrófico de temperatura de mais de três graus neste século.
Mundo-Nipo (MN)
Fontes: Nikkei Asia | NHK News.
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