Dólar cai pelo quinto dia e fecha no menor valor em quase 2 meses

A divisa dos EUA acumula desvalorização de 8,43% ante o real somente no mê de abril.

Do Mundo-Nipo com Agências

O dólar fechou em queda de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira (27), marcando a quinta queda consecutiva e fechando perto do patamar de R$ 2,90, em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) postergue o início do aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, que se encontra perto de zero à quase uma década.

A moeda norte-americana encerrou o dia com desvalorização de 1,12%, cotada a R$ 2,9217 na venda, após recuar 1,25% na sexta-feira É o menor valor de fechamento desde o dia 2 de março, quando estava cotada a R$ 2,895.

Segundo dados da BM&FBovespa, o movimento financeiro ficou em torno de US$ 1,4 bilhão, contra cerca de US$ 771 milhões observados na sessão de sexta-feira.

Com o resultado de hoje, a divisa dos EUA acumula desvalorização de 8,43% ante o real somente no mê de abril.

De acordo com a agência de notícias Reuters, a recente tendência de queda da moeda norte-americana ante o real reflete um cenário político local mais tranquilo e dados econômicos norte-americanos mostrando uma recuperação mais lenta que o esperado, o que pode levar o Federal Reserve a adiar o início do aumento da taxa de juros dos Estados Unidos.

Investidores, no entanto, aguardam a divulgação de dados sobre o PIB (Produto Interno Bruto), que deve acontecer na quarta-feira (29). No mesmo dia, à tarde, acontece o anúncio da decisão de política monetária pelo Federal Reserve. Analistas acreditam que a decisão pode ser acelerada caso o resultado do PIB vier melhor do que o esperado. Juros maiores atrairiam mais recursos para os EUA, tirando os investimentos de mercados emergentes, como o Brasil.

“A visão de que a economia dos EUA retornou a um caminho de crescimento forte o suficiente para permitir ao Federal Reserve iniciar a normalização da política monetária tem sido desafiada por uma série de dados decepcionantes. Isto vai culminar com a primeira estimativa do PIB do primeiro trimestre, em 29 de abril”, disse a Brown Brothers Harriman, em relatório a clientes, de acordo com a Reuters.

A negociação da moeda norte-americana abaixo dos R$ 2,90 deve encontrar mais resistência, uma vez que, apesar do otimismo com a situação política local, muitas medidas fiscais ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional.

“Para cair mais tem que ter bases mais sólidas, mais definições com relação à política fiscal, por exemplo. Se tiver uma queda abaixo dos R$ 2,90 vai ser mais especulação do que qualquer outra coisa”, disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, à Reuters.

Mercado espera dólar a R$ 3,20 no final de 2015
Analistas de mercado ouvidos pelo Banco Central projetaram que a cotação do dólar deve ser de R$ 3,20 no final deste ano. Na semana passada, eles estimaram o valor da moeda em R$ 3,21.

Os economistas também esperam um encolhimento maior do PIB em 2015. A previsão de queda de 1,03% no indicador, feita na semana passada, passou para recuo de 1,1%.

A expectativa para a inflação no final do ano, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), foi de 8,25% nesta semana, contra 8,23% da semana passada.

Atuações do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central fez mais um leilão para rolar os contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) que vencem em 4 de maio. Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.

Foram vendidos 10,6 mil contratos: 7.900 com vencimento em 1º de março de 2016, e os outros 2.700 para 3 de outubro do ano que vem. A operação movimentou o equivalente a US$ 517,8 milhões.

Até o momento, a autoridade monetária rolou US$ 8,756 bilhões, ou o equivalente a cerca de 86% do lote total com vencimento em maio, correspondente a US$ 10,115 bilhões.

Em março, o BC encerrou seu programa de atuações no mercado de câmbio, em que vendia, todo dia, novos contratos de swap com o objetivo de evitar um forte avanço da moeda norte-americana. Não há mais negociação de novos contratos desde então.

Fontes: UOL Economia e da Agência Reuters.

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