O governo do Japão anunciou pesadas sanções adcionais contra a Rússia, uma medida que ocorre em meio a crescentes demandas para responsabilizar Moscou pelo assassinato em massa de civis na Ucrânia, informou o NHK News, site de notícias da emissora estatal japonesa NHK.
“Tropas da Rússia mataram civis e atacaram instalações nucleares, violando seriamente o direito humanitário internacional. Trata-se de um ato de crime de guerra que não pode nunca ser tolerado. A responsabilidade por tais ações desumanas precisa ser apurada”, disse o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida em coletiva de imprensa na sexta-feira (8).
O líder japonês disse ainda que “o Japão vai apoiar investigações independentes do Tribunal Penal Internacional e da ONU”.
As medidas incluem a proibição de importações de carvão russo e alguns outros produtos, além de maquinário e madeira.
No âmbito financeiro, às sanções adicionais abrangem vetos de novos investimentos na Rússia, bem como congelam os ativos do Sberbank, que é nada menos do que a maior instituição financeira de Moscou no Japão e seu quarto maior banco russo. O Japão vai também congelar, adicionalmente, os ativos de quase 400 indivíduos e cerca de 20 organizações.
Na coletiva de ontem, Kishida mencionou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, falou em março com a Dieta, o Parlamento Japonês, e pediu pelo prosseguimento da pressão contra a Rússia para acabar com a violência.
“O Japão, em conjunto com outros países do G7, não vai tolerar a atrocidade da Rússia, e o Japão está do lado da Ucrânia. Nós precisamos assegurar que demonstramos nossa postura através do auxílio viabilizado pelo Japão”, disse o líder ucraniano em discurso online ao Parlamento Japonês.
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Uma recente pesquisa mostrou que mais de 85% da população japonesa é a favor das sanções do Japão contra a Rússia. Na mesma pesquisa, os japoneses apoiam quase que amplamente a “inédita” decisão do governo japonês em aceitar refugiados ucranianos. A pesquisa foi realizada pela Kyodo News no final de março.
Expulsão de autoridades russas, incluindo diplomatas
Ainda de acordo com a NKH News, O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão anunciou a expulsão de oito autoridades da Embaixada da Rússia e do escritório de representação comercial no país.
A secretária de Imprensa, Ono Hikariko, anunciou a medida na última sexta-feira (8). Ela afirmou que o vice-chanceler Mori Takeo convocou o embaixador russo, Mikhail Galuzin, mais cedo, no mesmo dia, para comunicar a decisão.
Mori teria dito ao embaixador que as matanças de muitos civis inocentes na Ucrânia constituem graves violações da lei internacional, e que elas representam crimes de guerra que são totalmente intoleráveis. Mori condenou os atos da Rússia e exigiu a retirada imediata de todas as tropas da Ucrânia.
A secretária de Imprensa afirmou que o lado russo foi informado sobre um prazo para a saída dos diplomatas do país. Contudo, ela evitou revelar detalhes.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse a uma agência estatal de notícias na sexta-feira que Moscou irá dar a Tóquio uma “resposta apropriada” para a decisão japonesa.
Várias nações europeias também expulsaram diplomatas russos. A Rússia tem dado indicações de que irá adotar medidas retaliatórias.
== Mundo-Nipo (MN)
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