Do Mundo-Nipo
O índice de aprovação ao gabinete do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, atingiu o pior nível em mais de dois anos e meio, sendo superado pela taxa de reprovação em 2 pontos percentuais em julho, de acordo com uma pesquisa conduzida pela emissora pública ‘NHK’, indicando que a queda é, em parte, reflexo do sentimento de reprovação sobre o papel militar do Japão no exterior.
A pesquisa nacional, realizada entre sexta-feira (10) e domingo (12), mostra que a taxa de aprovação caiu para 41%, enquanto o de reprovação subiu para 43%. Esta é a primeira vez que o índice de reprovação supera o de aprovação desde que Abe assumiu o comando da terceira maior economia do mundo, em dezembro de 2012.
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O levantamento, que pesquisou 1.024 pessoas em todo o país, aponta que o apoio ao governo caiu 7 pontos percentuais em relação ao mês passado, enquanto a taxa de reprovação subiu 9 pontos.
Os inquiridos também foram questionados sobre as novas leis de segurança que serão deliberadas na Dieta este ano. O governo propôs uma nova lei envolvendo a política de defesa do Japão, em vista de mudar a atual política de segurança e assim poder exercer o chamado “direito de autodefesa coletiva”, o que permitiria ao país ampliar o papel de suas Forças Armadas no exterior.
A porcentagem dos pesquisados a favor da mudança nas leis de segurança nacional do país representou 32% do total, enquanto a taxa de reprovação totalizou 61% dos inquiridos, mostraram os dados da pesquisa nacional conduzida pela “NHK”, referente a julho.
Mudança da Constituição Pacifista do Japão
A Constituição do Japão foi reescrita depois da derrota na Segunda Guerra Mundial e possui um artigo que limita a ação das Forças Armadas, que são restritas ao território japonês, não podendo atacar ou se envolver em conflitos no exterior.
Mudar o Artigo 9º é um antigo desejo do atual governo e o terreno tem se mostrado “fértil” para isso, principalmente depois de o assassinato de dois reféns japoneses pelo grupo jihadista Estado Islâmico (IE) entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, que incluiu ameaças do Estado Islâmico (IE) à segurança dos cidadãos japoneses no exterior, o que levou o primeiro-ministro japonês a querer ampliar o papel das Forças Armadas do país.
Segundo Abe e seus partidários, a Constituição pacifista inibe a capacidade do país de se proteger e apoiar seus aliados, em meio a ameaças recentes de terroristas, além dos temores crescentes sobre o programa nuclear da Coreia do Norte e das reivindicações territoriais da China e sua expansão militar na região asiática.
Se o direito de autodefesa coletiva for aprovado, esta será uma das maiores mudanças na política de segurança do Japão desde a Segunda Guerra Mundial. A alteração também relaxaria as restrições à participação do país em operações de paz da ONU, atualmente restrito.
Em meados de abril passado, o governo propôs uma nova lei envolvendo a política de defesa do Japão, que visa mudar a política de segurança do país. A intenção do governo é poder exercer o chamado “direito de autodefesa coletiva”. As conversações envolvem os partidos da coalizão governista que apoiam a intenção do primeiro-ministro Shinzo Abe de reinterpretar a Constituição Pacifista do país.
(Com informações da NHK News e da agência Kyodo)
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