Atualizado em 14/10/2024
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou que não irá se envolver nas decisões relativas à política monetária do Banco do Japão (BOJ). Durante uma coletiva de imprensa com líderes dos principais partidos, realizada no último sábado, ele destacou a relevância da autonomia do banco central para garantir a estabilidade dos preços. A declaração ocorre em um momento em que o país se prepara para as eleições gerais programadas para 27 de outubro de 2023.
Desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro em 1º de outubro de 2023, Ishiba tem sido enfático sobre a importância de respeitar a independência do BOJ. Ele expressou confiança no comprometimento do governador e de sua equipe em manter a estabilidade dos preços, assegurando que as intervenções do governo não ocorrerão.
Essa posição do primeiro-ministro surge após declarações feitas no início deste mês, nas quais Ishiba parecia sugerir uma alteração em sua postura em relação à política monetária do BOJ. Na ocasião, ele mencionou que a economia ainda não estava em condições para suportar novos aumentos nas taxas de juros, uma afirmação que contrasta com seu apoio anterior ao BOJ em sua extensão de um período prolongado de flexibilização monetária. Os comentários geraram repercussões imediatas, resultando na depreciação do iene em relação ao dólar e levantando dúvidas sobre o futuro aumento das taxas de juros pelo banco central.
Ishiba também mencionou a importância do consumo robusto na superação da deflação e a necessidade de adotar medidas que promovam o aumento dos salários reais, elementos vitais para sustentar a recuperação econômica do Japão.
Sob a liderança do governador Kazuo Ueda, o BOJ manifestou disposição para continuar elevando as taxas de juros caso as tendências econômicas e inflacionárias se mostrem alinhadas com suas expectativas. Em março, o banco já havia encerrado seu regime de taxas de juros negativas e, em julho, elevou a taxa de referência de curto prazo para 0,25%, avançando em direção à sua meta de inflação de 2%.
Com a aproximação das eleições gerais, analistas observam que, apesar das visões de Ishiba sobre a política monetária e dos resultados eleitorais que podem trazer incertezas, é improvável que isso altere a trajetória de longo prazo para o aumento das taxas. Na verdade, as decisões do BOJ sobre ajustes nos custos de empréstimos podem se tornar ainda mais complicadas em meio ao cenário político em evolução.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Reuters
A notícia foi revisada com a ajuda de inteligência artificial (Gemini). Para saber mais, acesse Gemini revisor de texto.
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