G7 promoverá um mundo sem armas nucleares, diz premiê do Japão

A afirmação de Kishida acontece pouco dias antes da Cúpula do G7 em Hiroshima e em meio a crescentes preocupações de que a Rússia possa usar armas nucleares contra a Ucrânia.
Fumio Kishida durante coletiva em Tóquio em 15/05/2023 | ©Kyodo
Primeiro Ministro Fumio Kishida | ©Kyodo

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse nesta segunda-feira (15) que os líderes do G7, grupo dos países mais ricos do mundo, mostrarão sua determinação em promover um mundo sem armas nucleares quando se reunirem no final desta semana em Hiroshima.

O G7 “enviará uma forte mensagem para criar um mundo livre de armas nucleares e prosseguirá firmemente com esforços mais realistas e concretos”, disse Kishida durante entrevista à Kyodo News e outros meios de comunicação no Escritório do Gabinete do primeiro-ministro.

Kishida sediará a cúpula de três dias a partir desta sexta-feira em seu distrito eleitoral de Hiroshima, que foi devastado por uma bomba atômica, lançada pelos EUA em 1945, em meio a crescentes preocupações de que a Rússia possa usar uma arma nuclear contra a Ucrânia em sua invasão ao país, cujo andamento ocorre desde fevereiro ano passado.

Espera-se que os líderes do G7 visitem o Museu Memorial da Paz de Hiroshima, dedicado a documentar o primeiro uso mundial de uma arma nuclear durante a guerra, e se encontrem com sobreviventes da bomba atômica, conhecidos como hibakusha no Japão.

“Transmitir a realidade do ataque nuclear é importante como ponto de partida para todos os esforços de desarmamento nuclear”, disse Kishida.

O líder da terceira maior economia mundial disse que no dia de abertura da cúpula, ele receberá os líderes dos estados membros do grupo, incluindo Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, além da União Europeia, no Parque Memorial da Paz, construído em memória das vítimas perto de onde a bomba nuclear detonou, também chamado de “MARCO ZERO”.

Ainda em seu pronunciamento hoje, o primeiro-ministro disse que o G7 buscará enviar uma forte mensagem ao mundo de que, para proteger a ordem internacional, não aceitará “tentativas unilaterais da China e da Rússia de mudar o status quo pela força”, diante da guerra de Moscovo na Ucrânia e à assertividade militar de Pequim no Indo-Pacífico.

Os líderes do G7 também discutirão questões que vão desde energia, segurança alimentar até mudanças climáticas. Para lidar com esses problemas, disse Kishida, o grupo precisa cooperar plenamente com o mundo inteiro, incluindo o “Sul Global”, um termo que se refere coletivamente a países emergentes e em desenvolvimento em áreas como Ásia e África.

Além dos membros do G7, Austrália, Brasil, Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, Coréia do Sul e Vietnã foram convidados para o encontro.

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No campo da tecnologia, Kishida disse que o Japão pretende assumir um papel de liderança nos debates sobre como usar a inteligência artificial de maneira responsável.

Ele disse que lançará o “Processo de IA de Hiroshima”, que inclui a criação de regras internacionais, já que os governos têm pressionado para aproveitar tecnologias em rápido desenvolvimento, como AI bot ChatGPT, mitigando os riscos à privacidade e abordando outras preocupações.

Em meio a especulações de que Kishida pode dissolver a Câmara dos Representantes (Câmara Baixa da Dieta Nacional do Japão) para uma eleição antecipada após a cúpula, Kishida negou a possibilidade de fazê-lo “por enquanto” e disse: “Decidirei adequadamente com base na situação futura”.

== Mundo-Nipo (MN)

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