Um avião de passageiros da Japan Airlines (JAL) colidiu com um avião da Guarda Costeira do Japão no aeroporto de Haneda, em Tóquio, nesta terça-feira, fazendo com que as duas aeronaves pegassem fogo e resultando na morte de cinco membros da Guarda Costeira, enquanto todas as 379 pessoas a bordo do voo comercial sobreviveram sem sofrer ferimentos graves, informou a Kyodo News.
A causa do incidente, que ocorreu na pista de um dos aeroportos mais movimentados do país após o pouso do avião da JAL, permanece desconhecida, pois os registros de comunicação do tráfego aéreo não são divulgados. A JAL disse que seu avião vindo de Sapporo, na ilha de Hokkaido, recebeu permissão para aterrissar.
De acordo com a guarda costeira, o avião decolaria para a província de Niigata para entregar alimentos e água aos afetados pelo terremoto de magnitude 7,6 que atingiu a Península de Noto e seus arredores ao longo da costa do Mar do Japão no dia anterior.
O acidente ocorreu por volta das 17h47 locais de terça-feira (05h47 no Brasil), logo após a aterrissagem do avião da JAL com 367 passageiros a bordo, incluindo oito crianças pequenas.
O avião, um Airbus A350, parou na pista depois de correr por um tempo após a colisão. Os passageiros e a tripulação usaram escorregadores de emergência para sair da fuselagem, que estava sendo envolvida por chamas e fumaça.
O Corpo de Bombeiros de Tóquio informou que foram necessárias oito horas e meia para que o incêndio no avião da JAL ficasse sob controle.
Por sua vez, no avião da guarda costeira, um Bombardier DHC8-300 baseado no aeroporto, o fogo também foi extinto, mas cinco das seis pessoas a bordo, cujas idades variavam de 27 a 56 anos, foram confirmadas como mortas, segundo a polícia.
Um total de 15 pessoas ficaram feridas no acidente, incluindo Genki Miyamoto, o capitão do avião da guarda costeira, de 39 anos, de acordo com os bombeiros.
O aeroporto fechou temporariamente todas as suas quatro pistas, interrompendo o tráfego aéreo durante uma das épocas de viagem mais movimentadas do ano, quando muitas pessoas retornam às suas cidades de origem para se reunir com suas famílias nos feriados de Ano Novo.
Três das quatro pistas de decolagem, exceto aquela em que ocorreu a colisão, foram reabertas por volta das 21h30, informou o Ministério dos Transportes.
O diretor executivo da JAL, Noriyuki Aoki, disse em uma coletiva de imprensa: “Reconhecemos que foi dada permissão” para o pouso do voo 516 da empresa.
A JAL disse que cancelou 116 voos domésticos após o acidente, afetando um total de cerca de 20.000 passageiros. A ANA também cancelou 110 voos com destino ao aeroporto de Haneda.
O vice-comandante da guarda costeira, Yoshio Seguchi, disse em outra entrevista coletiva que o capitão foi jogado para fora da aeronave quando ocorreu a explosão na pista e que ele não sabia o que havia acontecido com os outros tripulantes.
Shigenori Hiraoka, chefe do Departamento de Aviação Civil do ministério, que se juntou a Seguchi na coletiva, disse que “considera o acidente muito grave”. Porém, Hiraoka se recusou a tornar públicas quaisquer comunicações entre o controle de tráfego aéreo e os dois aviões antes do acidente.
O primeiro-ministro Fumio Kishida disse aos repórteres que instruiu o ministro dos transportes, Tetsuo Saito, a investigar a causa do acidente.
O Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio informou que iniciou uma investigação sobre o acidente por suspeita de negligência profissional que resultou em morte.
A Japan Transport Safety Board, agência filiada ao Ministério dos Transportes e responsável pela investigação de acidentes graves envolvendo aviões, trens e navios, enviou seis inspetores ao local, disse o ministério.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte principal: Kyodo News JP
