Japão condena à morte homem que esquartejou 9 pessoas em Tóquio

Takahiro Shiraishi, de 30 anos, matou e esquartejou 8 mulheres e 1 homem, com idades entre 15 e 26 anos, em 2017.
Takahiro Shiraishi assassino do Twitter em 2017 Foto Mainichi Montagem Mundo Nipo
Takahiro Shiraishi | Foto: Mainichi / Montagem MN

Um tribunal de Tóquio condenou à morte um homem que matou e esquartejou nove pessoas que conheceu pela internet, por isso ele ficou conhecido como o “assassino do Twitter”.

Durante o julgamento, na terça-feira (15), Takahiro Shiraishi admitiu que matou e esquartejou oito mulheres e um homem, com idades entre 15 e 26 anos.

“Eu entendi”, afirmou no tribunal quando os juízes perguntaram se havia escutado o veredicto de pena de morte.

O réu já havia declarado no mês passado que estava “preparado” para aceitar o veredicto, descartando a possibilidade de uma apelação. Agora, no entanto, não demonstrou certeza se a resolução será cumprida.

Os advogados de Shirashi solicitaram a pena de prisão perpétua, alegando que ele não deveria receber a pena de morte porque as vítimas, que expressavam tendências suicidas nas redes sociais, teriam dado consentimento para os assassinatos.

Mas esta versão dos fatos, que foi rebatida pelo próprio acusado, também foi rejeitada pelo tribunal, assim como as tentativas de seus advogados de apontar possíveis transtornos psiquiátricos em seu cliente, uma estratégia para tentar obter uma sentença menos rigorosa.

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“Nenhuma das nove vítimas consentiu em ser assassinada, incluindo consentimento silencioso”, afirmou o juiz, de acordo com a NHK News, canal online da emissora pública NHK.

O magistrado classificou os atos como “extremamente graves” e considerou que a “dignidade” das vítimas foi “pisoteada”.

Os crimes

Takahiro Shiraishi esquartejou os corpos das vítimas e armazenou os restos mortais em seu pequeno apartamento de Zama, um subúrbio ao sudoeste de Tóquio.

Em 31 de outubro de 2017, a polícia encontrou 240 pedaços de corpos humanos armazenados em geladeiras ou caixas de ferramentas cobertas com areia para gatos em uma tentativa de disfarçar o odor.

Eles também encontraram tesouras, facas, uma serra e várias ferramentas de carpintaria no imóvel.

O caso chocou o Japão, país com reduzido índice de criminalidade, e também teve forte impacto internacional.

Midia japonesa e internacional registra prisao de Takahiro Shiraishi em 2017 Foto AFP
Mídia japonesa e internacional registra a prisão de Takahiro Shiraishi em 2017 | Foto AFP

Shiraish entrava em contato com as vítimas pelo Twitter. Ele afirmava que poderia ajudá-las a concretizar os planos suicidas e até mesmo morrer ao lado delas.

A polícia o prendeu quando investigava o desaparecimento de uma mulher de 23 anos, cujo irmão conseguiu entrar em sua conta do Twitter, onde descobriu uma troca de mensagens com uma conta suspeita.

A conta foi identificada como uma das que Shiraishi utilizava para apresentar-se como “carrasco profissional”.

Depois de muito trabalho, investigadores conseguiram identificar os corpos das nove pessoas assassinadas por Shiraishi, sendo um rapaz, Shogo Nishinaka (20 anos) e oito moças: Kureha Ishihara (15 anos), Natsumi Kubo (17 anos), Akari Suda (17 anos), Hinako Sarashina (19), Mizuki Miura (21), Aiko Tamura (23 anos), Kazumi Maruyama (25), Hitomi Fujima (26), segundo lista com fotos divulgadas pelo Asahi Shimbun.

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Vítimas do serial killer Takahiro Sheraishi | Foto: Reprodução / Asahi

Antes de virar um assassino, este homem de aparência comum trabalhou durante anos recrutando mulheres jovens para clubes em Kabukicho, o distrito da luz vermelha de Tóquio.

O caso do “assassino do Twitter”, como a imprensa japonesa passou a chamar, provocou a retomada do debate no país sobre o controle das redes sociais, assim como sobre o suicídio e sua prevenção.

O Japão tem a maior taxa de suicídio entre os países do G7: quase 20.000 pessoas se matam a cada ano em uma população de 126 milhões.

O Japão é um dos poucos países desenvolvidos que não aboliu a pena de morte e onde a opinião pública é majoritariamente a favor da medida.

Com Agência France-Presse.


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