A pressão por uma reforma na lei civil japonesa que obriga os casais a adotarem um único sobrenome está aumentando significativamente. Uma pesquisa da Kyodo News, divulgada nesta segunda-feira (16), revelou que quase 80% dos chefes de governos locais apoiam a introdução de um sistema que permita aos casais manterem seus sobrenomes de solteiros após o casamento.
Esse crescente apoio reflete uma mudança nas percepções sociais e culturais no Japão, onde a igualdade de gênero e a autonomia individual têm ganhado cada vez mais destaque. A questão do sobrenome conjugal, que por muito tempo foi considerada um assunto privado, tornou-se um debate público crucial, com implicações para a identidade individual e as relações familiares.
A questão tem se tornado um ponto central no debate político japonês, especialmente no contexto da disputa pela liderança do Partido Liberal Democrata (PLD). Com as eleições internas do partido marcadas para 27 de setembro, a possibilidade de alterar a lei civil tem ganhado força e se configura como um dos principais temas da campanha.
Transformações sociais
“A pressão por uma reforma na lei civil japonesa que obriga os casais a adotarem um único sobrenome tem raízes profundas nas transformações sociais e culturais que o país vem experimentando nas últimas décadas. Historicamente enraizada em uma visão patriarcal da família, essa norma legal tem sido alvo de críticas crescentes por parte de movimentos feministas e de defesa dos direitos humanos. A exigência de que as mulheres renunciem ao seu sobrenome ao se casarem é vista por muitos como uma afronta à sua identidade e autonomia, limitando suas oportunidades profissionais e sociais.”
== Mundo-Nipo (MN)