Do Mundo-Nipo
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ao governo do Japão para elaborar medidas direcionadas a proteger os migrantes e suas famílias, independentemente do seu estatuto de imigração. Segundo noticiou a agência Jiji Press, a organização aponta que ainda existe no país uma forte discriminação étnica e racial contra trabalhadores estrangeiros.
Na quinta-feira (17), Yuval Shany, membro da Comissão de Direitos Humanos da ONU, disse em coletiva de imprensa que “são demasiadamente comuns” os atos de preconceito contra estrangeiros no Japão. Segundo ele, o país recebe trabalhadores estrangeiros há mais de duas décadas e ainda assim não foram promulgadas leis destinadas a protegê-los.
O último relatório da ONU sobre direitos humanos revelou que em 2013 houve mais de 360 manifestações xenófobas no Japão, com uma concentração maior nos bairros coreanos localizados na capital do país.
De acordo com o relator da ONU, as autoridades japonesas devem buscar meios para controlar a entrada e saída de trabalhadores estrangeiros no país, além de implementar programas para garantir as condições necessárias de integração dos imigrantes na comunidade local.
Shany disse que as maiores comunidades estrangeiras no Japão são de peruanos, brasileiros, chineses, coreanos do sul e filipinos. Em geral, eles trabalham em fábricas ou atividades temporárias. Na sua maioria trabalham para fazer economias e retornar ao país de origem.
Muitos decasséguis deixam a família no Brasil e ficam sozinhos no Japão. Os brasileiros descendentes de japoneses se queixam de dificuldades com o idioma e também das barreiras para a integração social.
Em março deste ano, um grupo de torcedores do time de futebol Urawa Red exibiu uma faixa com conotação racista durante um jogo. O texto com discriminação étnica dizia “Japanese Only” (Somente japoneses, em tradução livre), o que ganhou notoriedade internacional, causando revolta entre ativistas e organizações de combate a discriminação racial e étnica.
Como punição, a Liga Profissional de Futebol do Japão (J-League) determinou que o time japonês fosse obrigado a jogar uma partida em casa sem espectadores. Sob a lei japonesa atual, a polícia não pode intervir para interromper um discurso de ódio.
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