Do Mundo-Nipo com Agência Kyodo
Os professores japoneses trabalham em média 54 horas por semana, o valor mais elevado entre os 34 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O número para o Japão foi bem acima da média de 38,3 horas dos 34 países participantes da Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Teaching and Learning Internacional Survey, Talis, na sigla em inglês) feita pela OCDE, na qual o Japão participou pela primeira vez.
A pesquisa revela que o tempo gasto pelos professores japoneses em trabalho administrativo totalizaram 5,5 horas por semana em média, mais do que a média dos demais países da OCDE, de 2,9 horas. Já o tempo gasto em atividades extracurriculares chegou a 7,7 horas no Japão, em comparação com 2,1 horas da média estimada entre os demais países.
No entanto, as horas gastas ensinando e preparando as aulas no Japão são quase as mesmas que nos outros países pesquisados.
O estudo também mostrou que a proporção de professores que participam de programas de desenvolvimento profissional fora do trabalho é baixa no Japão. Mais de 80% dos professores japoneses disseram que não podem tomar parte de tais programas devido à sua pesada carga de trabalho.
A pesquisa coletou dados internacionalmente comparáveis sobre o ambiente de aprendizagem e as condições de trabalho para os professores, com foco no ensino secundário inferior.
Amor pela profissão
Apesar dos problemas da carreira, o levantamento mostra que mais de nove em cada dez professores estão satisfeitos com seus empregos e quase oito em dez escolheriam novamente a profissão.
“Nós precisamos atrair os melhores e mais brilhantes para se juntar à profissão. Os professores são a chave na economia do conhecimento de hoje, onde uma boa educação há um alicerce fundamental para o sucesso do todas as crianças no futuro”, disse Andreas Schleicher, diretor da OCDE durante lançamento da pesquisa em Tóquio, na quarta-feira (25).
A pesquisa também apontou que a maioria dos professores (68%) é formada por mulheres. A única exceção é no Japão. A idade média é 43 anos, sendo que Cingapura tem os professores mais jovens, e a Itália os mais velhos. Um total de 91% concluiu a formação universitária e 90%, o curso de licenciatura. A média do tempo lecionando é de 16 anos, geralmente em tempo integral (82%) e em contrato permanente (83%).
Comportamento em sala de aula
A pesquisa inclui uma comparação de quanto tempo é desperdiçado em aulas por causa de mau comportamento. Polônia tem os alunos que se comportam melhor, perdendo 8% da lição para o mau comportamento. Os alunos no Brasil são os mais perturbadores, onde professor perde em média 20% de seu tempo (por aula) para lidar com indisciplina.
Sentimento de valorização
Apenas 31% dos professores acreditam que o seu trabalho seja valorizado pelo resto da sociedade. Dentro desta média revelam-se algumas diferenças muito amplas. Na Malásia, Cingapura e Coreia do Sul há um forte sentimento do ensino sendo valorizado, todos os três acima de 60%. No Japão, entretanto, este sentimento cai para 28%.
Confira abaixo alguns dados de 12 países:
Tempo gasto com indisciplina | | Sentimento de valorização | | Média de horas por semana |
01. Brasil: 20% | Malásia: 84% | Japão: 54 horas |
02. Cingapura: 18% | Cingapura: 67% | Cingapura: 48 horas |
03. França: 16% | Coreia do Sul: 61% | Inglaterra: 46 horas |
04. Japão: 15% | Finlândia: 59% | Estados Unidos: 45 horas |
05. Coréia do Sul: 14% | Países Baixos: 40% | Suécia: 42 horas |
06. Itália: 13% | Inglaterra: 35% | Espanha: 38 horas |
07. Finlândia: 13% | Japão: 28% | Polônia: 37 horas |
08. Inglaterra: 11% | Dinamarca: 18% | Coreia do Sul: 37 horas |
09. Dinamarca: 10% | Itália: 13% | França: 37 horas |
10. Noruega: 9% | Espanha: 9% | Países Baixos: 36 horas |
11. Estônia: 9% | Suécia: 5% | Finlândia: 32 horas |
12. Polônia: 8% | França: 5% | Itália: 29 horas |
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