Disquetes | ©Depositphotos

Japão diz adeus aos disquetes e marca o fim de uma era obsoleta

Curiosamente, os obsoletos disquetes e as arcaicas máquinas de fax continuavam sendo usados com frequência no Japão, um país conhecido por sua excelência tecnológica em amplas áreas.

Para a maioria dos habitantes da Terra, os disquetes são relíquias do passado, lembranças empoeiradas de uma era tecnológica distante. No entanto, no Japão, essa transição para o futuro não ocorreu de maneira integral. Somente agora, em 2024, o país finalmente conseguiu aposentar os disquetes, encerrando uma era de armazenamento obsoleto.

Especialmente no governo japonês, os disquetes continuavam sendo usados com frequência, mesmo quando outras tecnologias avançavam. Máquinas de fax, igualmente ultrapassadas, persistiam como ferramentas amplamente utilizadas em todo o país.

Em junho, a Agência Digital Nacional do Japão finalmente eliminou grande parte dos regulamentos que ainda exigiam o uso de disquetes. Até então, muitos documentos enviados ao governo precisavam ser entregues nesse formato antiquado.

A mudança só se concretizou com a chegada do ministro de assuntos digitais, Taro Kono, de 61 anos. Em 2021, Kono assumiu publicamente o compromisso de declarar o fim dos disquetes e, na última quarta-feira (3), ele anunciou com entusiasmo que havia exterminado o uso dos disquetes no governo.

Considerado uma figura carismática, com 2,5 milhões de seguidores no X (antigo Twitter), Kono chefiou os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, bem como a distribuição da vacina contra a Covid 19, assumindo seu cargo atual em agosto de 2022 após uma tentativa frustrada de se tornar primeiro-ministro.

Vencemos a guerra contra disquetes em 28 de junho!“, disse ele em um comunicado na última quarta-feira, segundo a agência Reuters.

O objetivo de Taro Kono é impulsionar uma reforma tecnológica no Japão, um país conhecido por sua excelência tecnológica em diversas áreas, mas que ainda mantinha resquícios dos anos 1980 e 1990 em sua infraestrutura digital.

Essa iniciativa representa uma tentativa japonesa de avançar no cenário da classificação digital. Em 2023, o país ocupou apenas a 32ª posição no Ranking Mundial de Competitividade do IMD, um patamar considerado aquém para uma nação que é referência no universo tecnológico.

Os disquetes, criados na década de 1960, tiveram seu auge de popularidade, mas logo foram superados pelo desenvolvimento acelerado de outras tecnologias, como pen drives e armazenamento em nuvem. A Sony, última fabricante desses dispositivos, encerrou sua produção em 2011.

Com capacidade de armazenamento limitada e a necessidade de leitores específicos para decodificação, os disquetes se tornaram obsoletos em comparação com inovações mais modernas. Agora, o Japão finalmente se despede dessa relíquia tecnológica, abrindo caminho para um futuro mais ágil e eficiente.

== Mundo-Nipo (MN)

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