O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, confirmou em comunicado que as Olimpíadas de Tóquio serão realizados em 2021, após serem adiados em 2020 por causa da pandemia de Covid-19 que, por sua vez, continua batendo recordes de casos diários no país.
Com a confirmação do premiê japonês, a 32ª edição dos Jogos Olímpicos será realizada de 23 de julho a 8 de agosto, enquanto os jogos Paralímpicos acontecem de 24 de agosto até 5 de setembro deste ano.
“Avançaremos com os preparativos minuciosamente para conseguir que os Jogos sejam seguros e protegidos”, disse Suga em comunicado neste sábado (2).
Estado de emergência
Com o número de casos de Covid-19 em alta, sobretudo em Tóquio, o governo do país deve emitir um novo alerta de emergência na próxima segunda-feira (4).
“O governo nacional e os três governadores compartilharam a visão de que a situação na área de Tóquio está ficando mais grave, de tal forma que uma declaração de emergência pode ser necessária”, disse o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura.
Como medida provisória para mitigar os impactos da enfermidade, restaurantes e salões de karaokê na área de Tóquio deverão ser solicitados a fechar às 20h, e o consumo de álcool deve ser finalizado às 19h, segundo Nishimura.
O número de novas infecções pela enfermidade tem batido recordes nos últimos dias. Em 31 de dezembro, 4.540 pessoas foram diagnosticadas com a doença, enquanto no dia 1º, foram registrados 3.257 casos.
Apesar de resistir à volta ao estado de emergência, Yoshihide Suga, atual primeiro-ministro, tem sido pressionado por autoridades locais a reconhecer a gravidade em relação ao aumento do número de casos.
Preparação logística para vacinação
Em meio à incerteza, o país tem buscado se proteger para garantir a realização dos Jogos Olímpicos este ano. Em 10 de dezembro, o governo japonês anunciou a compra de 10.500 ultrafreezers para o armazenamento de imunizantes contra o novo coronavírus.
O país tem acordos para a aquisição de 290 milhões de doses de vacinas desenvolvidas por Pfizer e BioNtech (que precisam ser armazenadas a -70ºC), AstraZeneca e Moderna. O número será suficiente para imunizar 145 milhões de pessoas, quantidade acima da população japonesa, que é estimada em 126 milhões, incluindo residentes estrangeiros, segundo o censo mais recente do governo.
Em comunicado assinado pelo primeiro-ministro Suga na última sexta-feira, o país disse que “os profissionais da saúde estão fazendo esforços para combater o vírus 24 horas por dia em estabelecimentos médicos, centros públicos de saúde e de enfermagem”, e que “fará, em primeiro lugar, esforços contínuos para evitar a propagação de infecções”.
“Neste verão, realizaremos os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio, que simbolizam a unidade do mundo. Avançaremos minuciosamente nossos preparativos para alcançar jogos seguros”, afirmou.
População é contra realização das Olimpíadas
Menos de 30% da população do Japão é a favor da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio em 2021, de acordo uma pesquisa realizada pela emissora pública japonesa “NHK” em meados de dezembro.
Segundo a pesquisa, a opinião pública está cada vez mais vulnerável à realização dos Jogos. Mesmo com os avanços nos tratamentos e a chegada de vacinas ao mercado, a população tem se mostrado cada vez menos confiante.
Outras duas pesquisas publicadas em dezembro por agências japonesas também indicaram o mesmo cenário.
A Jiji Press apontou que 21% desejam o cancelamento e 30% querem um novo adiamento. Já os resultados da agência Kyodo indicam uma rejeição maior, 61,2% não querem realizar o evento em 2021.
== Mundo-Nipo (MN)
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