Planta brasileira está prejudicando o meio ambiente no sul do Japão

A planta chapéu-de-sapo se alastrou em rios de várias cidades japonesas, afetando a fauna e obstruindo canais de irrigação que levam água às plantações.

Do Mundo-Nipo

Uma planta aquática nativa do Brasil, da espécie Hydrocotyle, tem preocupado autoridades de várias cidades no sul do Japão. Isso ocorre porque a planta denominada chapéu-de-sapo, conhecida no Japão por “burajiruchidomegusa” e importada com a finalidade de ornamentar aquários, jardins e lagos privados, foi declarada como “praga” após fugir ao controle depois de se espalhar em rios e canais de irrigação, o que tem prejudicado tanto o meio ambiente como as plantações em uma vasta área no sul do arquipélago.

Segundo informou o jornal Yomiuri na terça-feira (22), a planta se alastrou rapidamente nas cidades de Yanagawa, Okawa, Kurume, Oki, Miyama e Chikugo, todas localizadas na província de Fukuoka, o que resultou na obstrução de vários canais de irrigação nestas cidades, prejudicado assim as plantações locais.

De acordo com o jornal, a cidade de Yanagawa é um das mais afetadas, onde a planta se alastrou por uma vasta área. Segundo autoridades locais, o chapéu-de-sapo −−também conhecido no Brasil por Acariçoba e erva-capitão-do-brejo−− já cobriu uma área de aproximadamente 930 quilômetros de extensão, justamente onde estão localizados os rios e boa parte dos canais de irrigação.

Uma matéria semelhante foi publicada pelo jornal The Asahi Shimbum na semana passada. Segundo o periódico, a situação nestas cidades torna-se ainda mais preocupante quando relacionada ao meio ambiente, já que esta planta vem se acumulando em abundância nos rios e lagos, impedindo que os raios solares cheguem a outras plantas locais, o que pode resultar na exterminação de algumas espécies nativas.

“A planta está afetando significativamente o habitat natural de algumas espécies da flora local, inclusive prejudicando os peixes que se alimentam nessas áreas, ou seja, o meio ambiente na região está em risco”, diz a matéria.

Mediante a isso, autoridades locais declaram “guerra” ao chapéu-de-sapo, denominando a planta como “praga”, conforme noticiou o Asahi.

Para conter o alastramento da planta, autoridades locais disponibilizaram um grande contingente de funcionários, recebendo ainda ajuda de grupos de voluntários locais. Todos unidos para “exterminar a praga”.

Os esforços, no entanto, não têm dado bons resultados, já que a região fornece um ambiente propício para que a planta cresça em abundância e, consequentemente, se alastre rapidamente pelos rios, de acordo com o Yomiuri.

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