Uma idosa de 90 anos contrariou todas as probabilidades ao ser resgatada com vida depois de ficar presa sob os escombros durante cinco dias em razão do forte terremoto que atingiu a província de Ishikawa, na costa do Mar do Japão, no dia de Ano Novo. O incrível resgate acontece no momento em que o mau tempo complica os esforços de resgate, à medida que o número de mortos no terremoto já passa de 120 e mais de 200 pessoas ainda estão desaparecidas, informou a Kyodo News citando autoridades locais como fonte.
Geralmente, as esperanças de encontrar sobreviventes reduzem significativamente três dias após um terremoto, mas a idosa resgatada passou cinco dias debaixo dos escombros de uma das mais de 100 casas que desabaram na cidade de Suzu, antes de ser “milagrosamente” salva no sábado (6).
“Espere!”, gritaram as equipes de resgate sob uma insistente chuva, segundo um vídeo filmado pela polícia e divulgado pela mídia local. “Tudo vai ficar bem”, “mantenha-se positiva”, pediram eles à idosa antes de retirá-la totalmente dos escombros.
A anciã nonagenária estava incrivelmente lúcida, respondendo claramente às perguntas dos socorristas. Ela foi imediatamente levada ao hospital e sua condição é estável, sem risco de morte.
Segundo um novo relatório divulgado neste domingo (7), até a tarde de sábado, o número de mortos no terremoto de magnitude 7,5, com epicentro em Ishikawa, totalizava 126, enquanto o total de desaparecidos situava em 210. Por sua vez, o número de feridos somava 560, aponta o relatório.
Trata-se do primeiro sismo a matar mais de 100 pessoas no Japão desde os terremotos de Kumamoto em 2016, na região sudoeste do país, que causaram 276 mortes, incluindo aquelas relacionadas ao desastre.
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O terremoto causou extensos danos estruturais e incêndios na província de Ishikawa, e as autoridades municipais de Wajima acreditam que há cerca de 100 locais onde as pessoas ainda estão presas sob prédios desabados.
As operações de resgate foram dificultadas pela chuva e granizo. A previsão é de chuva até domingo, seguida de neve na região, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA).
Na mais recente reunião de resposta a desastres, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, instruiu os ministérios e agências relacionadas a “conduzirem de forma tenaz, e minuciosamente, as operações de resgate para salvar o maior número de vidas possível”.
As autoridades ainda lutam para entregar suprimentos de socorro devido às estradas danificadas pelo terremoto em Ishikawa, onde cerca de 30 mil pessoas estão hospedadas em cerca de 370 abrigos.
Os tremores secundários continuam a abalar a região de Noto, incluindo um terremoto de magnitude 5,3 registrando 5 na escala de intensidade sísmica do Japão, às 7 horas locais de domingo (19 horas de sábado no Brasil).
Na noite de sábado, a Agência Meteorológica do Japão disse que um terremoto de magnitude 6 abalou a cidade Shika por volta das 23h20 no horário local (11h20 no Brasil)
A Hokuriku Electric Power, companhia que opera uma usina nuclear na cidade, disse que um medidor de intensidade sísmica instalado no complexo indicou que o terremoto mediu apenas 2 graus na escala japonesa.
O governo aumentou o número de membros das Forças de Autodefesa destacados para áreas afetadas pela catástrofe para cerca de 5.400, no sábado, ante 5.000 no dia anterior.
Alguns abrigos tinham acesso limitado ou nenhum acesso a água, causando problemas de higiene e de saúde mental.
O governo da província de Ishikawa está planejando construir casas temporárias para os residentes afetados pela tragédia. A construção começará na próxima sexta-feira, conforme noticiou a Kyodo.
== Mundo-Nipo (MN)
Fonte: Kyodo News Japan
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