Atualizado às 17h31 em 16/03/2022
Um fortíssimo terremoto de magnitude preliminar de 7,3 na escala Richter atingiu a costa nordeste do Japão nesta quarta-feira (16), balançando prédios e gerando um alerta de tsunami na região, informou o NHK News, site da emissora estatal NHK.
Cidades como Higashimatsushima, a 186 km de Fukushima, onde o tremor foi sentido em intensidade 6+ (forte) graus na escala japonesa (shindo), que vai até 7, orientaram os moradores das áreas costeiras a deixarem suas casas e ir para abrigos organizados pelas autoridades, já que há o risco de ondas gigantes atingirem o país, detalhou a mídia japonesa.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) informou que o terremoto ocorreu às 23h36 locais de quarta-feira (11h36 no Brasil), com epicentro no mar, próximo a costa da província de Fukushima, a 60 quilômetros de profundidade.
Menos de 10 minutos após registrar o tremor, a JMA emitiu um alerta de tsunami de 1 metro para as prefeituras de Miyagi e Fukushima, pedindo aos moradores que fiquem longe da costa.
Segundo o The Japan Times, posteriormente, a agência meteorológica informou que ondas de tsunami de até 30 centímetros foram observadas no porto de Ishinomaki, cidade litorânea na província de Miyagi.
Hirokazu Matsuno, secretário-geral do governo do Japão, convocou uma coletiva de imprensa extraordinária por volta de 00h30 para comentar a situação, detalhando que equipes de socorro receberam entre “110 e 119 chamadas” principalmente em Miyagi e Fukushima, onde o tremor foi sentido mais intensamente.
“Nós estamos fazendo o nosso melhor (para entender a situação). Um alerta de tsunami foi emitido de Miyagi até a administração de Fukushima por causa deste terremoto. Por favor, sejam cuidadosos e não se aproximem da costa”, declarou a autoridade.
2 milhões de residências estão sem energia no Japão
Ainda de acordo com a NHK, a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco) informou que aproximadamente 2 milhões de residências estão sem energia elétrica em nove províncias do país em decorrência do tremor de hoje, sendo 700 mil delas apenas em Tóquio.
Por sua vez, a Companhia de Energia Elétrica de Tohoku disse que cerca de 154 mil residências ficaram sem energia no norte do Japão.
A Tepco ainda garantiu à imprensa local que já começou uma checagem nos reatores nucleares da usina de Fukushima, que geram energia elétrica, e foram afetados em março de 2011 por um outro terremoto que atingiu a mesma região, com magnitude 8,7, gerando um tsunami e matando mais de 18 mil pessoas.
As águas do gigantesco terremoto invadiram a usina e provocaram o derretimento de três dos seis reatores nucleares do complexo, o que gerou a pior crise nuclear desde a ocorrida em Chernobyl, em 1986.
Sobre o violento sismo de hoje, a imprensa japonesa ainda não divulgou informações sobre vítimas fatais, mas imagens e depoimentos colhidos por testemunhas falam em vários feridos e estragos causados pelo tremor.
Círculo de fogo do Pacífico
Os terremotos fazem parte da vida cotidiana no Japão. O arquipélago está próximo aos limites de quatro placas tectônicas e fica ao longo da zona sísmica chamada Anel de Fogo do Pacífico, ou Círculo de Fogo, onde ocorre a maioria dos terremotos e erupções vulcânicas do planeta.
Na verdade, 18,5% dos terremotos no mundo ocorrem no Japão, de acordo com o Ministério da Terra. Isso significa que terremotos podem acontecer em qualquer lugar do país e a qualquer momento.
== Mundo-Nipo (MN)