Deslizamentos e inundações deixam 1 morto e 8 desaparecidos no Japão

Deslizamentos de terra e inundações devastam cidades na região japonesa de Noto, forçando milhares a abandonarem suas casas. Equipes de resgate buscam sobreviventes.
Suzu, cidade na província de Ishikawa, foi uma das mais atingidas por deslizamentos de terra | ©Kyodo Images
Suzu, cidade na província de Ishikawa, foi uma das mais atingidas por deslizamentos de terra | ©Kyodo Images

As fortes chuvas que atingiram a província de Ishikawa, localizada na península de Noto, no centro do Japão, desencadearam uma série de deslizamentos de terra e inundações, causando estragos significativos e causando a morte de pelo menos uma pessoa. Além disso, oito pessoas estão desaparecidas após as fortes chuvas e deslizamentos de terra atingirem a região, que ainda se recupera de um terremoto ocorrido em janeiro deste ano, informou a mídia japonesa neste domingo (22).

As autoridades japonesas, diante da gravidade da situação, emitiram alertas máximos e ordenaram a evacuação de mais de 60 mil moradores. As chuvas intensas provocaram o transbordamento de pelo menos 16 rios em Ishikawa, inundando cidades inteiras e destruindo casas e infraestruturas. Em Suzu, uma das cidades mais afetadas, as equipes de resgate enfrentam dificuldades para acessar áreas alagadas e encontrar sobreviventes.

Os deslizamentos de terra agravaram a situação, isolando comunidades e dificultando as operações de socorro. Em Wajima, um deslizamento de terra soterrou um canteiro de obras onde cerca de 60 trabalhadores realizavam reparos em um túnel danificado pelo terremoto. Segundo a Kyodo News, quatro desses trabalhadores estão desaparecidos.

Diante da magnitude do desastre, o governo japonês mobilizou as Forças de Autodefesa para auxiliar nas operações de busca e resgate. O primeiro-ministro Yoshihide Suga expressou sua profunda preocupação com a situação e garantiu que o governo está tomando todas as medidas necessárias para ajudar as vítimas.

O Secretário-Chefe do Gabinete Yoshimasa Hayashi afirmou que “Chuvas fortes estão atingindo a região que foi gravemente danificada pelo terremoto de Noto, e acredito que muitas pessoas estão se sentindo muito inquietas”.

A população local, já traumatizada pelo terremoto, enfrenta agora as consequências das fortes chuvas. Cerca de 1.350 moradores estão abrigados em centros comunitários, ginásios escolares e outras instalações da cidade. Muitas famílias perderam suas casas e seus pertences, e a reconstrução da região se mostra um desafio ainda maior.

Informações meteorológicas

De acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA), nas 48 horas até a tarde deste domingo, no horário local (madrugada deste domingo no Brasil), quase 500 milímetros de chuva foram registrados em Wajima e quase 400 milímetros em Suzu, ambas cidades na Península de Noto, onde alertas de chuva forte estavam em vigor desde o dia anterior.

A quantidade de chuva nos municípios atingiu o dobro dos níveis médios anuais para setembro. Conforme a chuva pesada diminuiu, a agência meteorológica rebaixou seus “avisos especiais” para as duas cidades, enquanto Noto recebeu simplesmente “avisos” nesta manhã.

No entanto, a JMA pediu às pessoas em Ishikawa, como também em Niigata, outra prefeitura ao longo do Mar do Japão que registrou mais de 300 milímetros de chuva nas últimas 48 horas, que mantenham vigilância rigorosa contra novos desastres resultantes de fortes chuvas até o meio-dia de segunda-feira (23).

“Como o solo em algumas áreas das duas províncias se soltou devido ao terremoto de magnitude 7,6 que ocorreu em 1º de janeiro, agravado pela chuva, mesmo uma pequena quantidade de chuva adicional pode aumentar o risco de deslizamentos de terra”, alertou a agência.

Uma depressão extratropical que evoluiu do Tufão Pulasan, o 14º da temporada, moveu-se para nordeste sobre o Mar do Japão na manhã deste domingo, hora local, levando fortes chuvas para uma ampla área do Japão, disse a JMA.

== Mundo-Nipo (MN)

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