Vendas de veículos no Japão despencam em 2015

Representantes do setor dizem que o aumento do imposto sobre o consumo afetou os números de vendas do ano passado.
Industria automotiva do Japao Foto SXCPhotos 900x550 05 01 2016

As vendas domésticas de automóveis no Japão despencaram em 2015, registrando recuo de 9,3% em relação ao ano anterior, o que representa a primeira retração em 4 anos, de acordo com a Japan Automobile Dealers Association (JADA), que representa os distribuidores do setor.

Divulgado nesta terça-feira (5), o relatório da JADA mostra que as vendas de veículos novos no mercado japonês totalizaram 5.046.511  unidades no ano passado. A queda em dezembro foi ainda pior. Segundo a JADA, as vendas no último mês de 2015 retrocederam 14,5% em relação a dezembro de 2014.

A maior parte da contração no terceiro maior mercado automotivo do mundo – Japão perde apenas para China e EUA – é devido às vendas fracas de miniveículos (carros leves com motores de 660 cc ou menos).

As vendas desses pequenos carros compõem uma quota descomunal do mercado japonês. O declínio, no entanto, é atribuído ao aumento do imposto em abril passado.

Dados separados da Associação Japonesa de Motocicletas e da Japan Light Motor Vehicle mostraram que as vendas de miniveículos retrocederam 16.6%, para 1.896.201 vendidas em 2015, o que representa a primeira queda no setor em quatro anos.

As vendas de outros veículos como carros de passeio (exceto miniveículos), vans, ônibus e caminhões caíram 4,2% em relação ao ano anterior, para 3.150.310 unidades, de acordo com o JADA.

Representantes do setor dizem que o aumento do imposto sobre o consumo afetou as vendas no ano passado. Eles afirmam que os consumidores tendem a gastar mais antes da elevação da alíquota sobre vendas, conforme ocorreu em 2014. A segunda alta entrará em vigor em abril do próximo ano, mas eles não têm certeza se isso vai ajudar nas vendas de automóveis, o que poderá afetar o mercado de trabalho se o consumo não mostrar melhora no exercício de 2016.

A alíquota do imposto sobre o consumo foi elevada, de 5% para 8%, em abril de 2014, mês em que inicia o ano fiscal japonês. A elevação foi a primeira desde 1997 e outro aumento, para 10%, está marcado para abril do ano que vem.

O primeiro-ministro Shinzo Abe voltou ao poder em dezembro de 2012 prometendo consertar a economia com sua estratégia “Abenomics” de política monetária ultraexpansionista, gastos e reformas.

Segundo ele, a elevação do imposto é um dos pilares de sua estratégia pata tirar o país da deflação que perdurou por décadas. Sua meta é alcançar uma inflação de 2% já em 2017.

(Com agência Kyodo)

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