A Volkswagen fez um pedido formal de desculpas aos consumidores de todo o mundo durante a apresentação de abertura do Salão de Tóquio, na manhã desta quarta-feira (28). Os dois maiores executivos da marca no país gastaram 10 dos 15 minutos de conferência para dizer que a marca estava envergonhada pelo escândalo dos testes de emissão fraudados, que afeta 11 milhões de carros em todo o mundo, inclusive o Brasil, com a picape Amarok.
Segundo Herbert Diess, presidente-executivo da Volks Carros no Japão, o problema em que a marca se meteu globalmente atrapalha todo o cronograma no país, que envolvia a apresentação maciça e programada de novos modelos de passeio com motor a diesel. Seriam lançamentos fundamentais para uma marca que ainda é pouco expressiva e busca crescer após 16 anos da entrada no mercado. Tudo adiado, sem data definida para retomada.
Como saída, Diess e Sven Stein, diretor representante da Volkswagen no Japão, afirmam que medidas técnicas já estão sendo tomadas para resolução do caso. Além do recall para modificação do software de motores a diesel dos carros afetados em todo o mundo, que começam em janeiro, a marca vai apostar forte em carros verdes, híbridos e elétricos. Ou seja, terá de ser muito limpa e ambientalmente correta para “limpar sua barra” em todo o mundo.
Diess apresentou a variante elétrica do novo Tiguan, que já estava presente no Salão de Frankfurt, em setembro, mas deu detalhes sobre a EQB, nova plataforma modular para carros elétricos.
Espécie de MQB (a base que criou Golf, Audi A3 e o novo Tiguan a combustão) para carros verdes, a EQB deve facilitar produção em massa de carros verdes, que terão como maior característica o aumento da autonomia, chegando a 500 quilômetros no modo elétrico.
Escândalo dos testes de emissão fraudados e crise nos negócios
A maior montadora de carros da Europa está enfrentando agora sua maior crise de negócios nos seus 78 anos de história após admitir, no mês passado, que instalou um software em veículos a diesel para enganar a fiscalização dos Estados Unidos sobre o verdadeiro nível de emissão de toxinas, o que provocou uma forte desaceleração na demanda por veículos da Volkswagen e acabou beneficiando montadoras rivais, como a japonesa Toyota, que recuperou seu posto de maior montadora do mundo em volume de vendas.
Nos primeiros meses deste ano, as vendas da Volkswagen somaram 7,43 milhões de veículos, ficando quase inalterado em relação ao mesmo período no ano anterior. O número, no entanto, é inferior às vendas da Toyota, que totalizaram 7.498 milhões de veículos em três trimestres, ou seja, de janeiro até setembro.
Apesar de o número da montadora japonesa representar um recuo de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, ele foi o suficiente para ultrapassar a Volkswagen, que havia tomado a posição de número 1 da Toyota no primeiro semestre deste ano, no que representou a primeira vez em que a montadora alemã figurou como a maior montadora do mundo em volume vendas.
Fontes: UOL Notícias | Agência Kyodo.
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