Um homem de 61 anos foi preso sob suspeita de agredir uma mulher que trabalha na indústria do sexo em Tóquio, um incidente que marca o segundo ataque efetuado por ele e lança luz sobre os perigos enfrentados pelas profissionais do sexo que trabalham nas ruas.
O suspeito é conhecido como o “homem com faca” entre as profissionais do sexo em Kabukicho, uma área de entretenimento que faz parte dos chamados “distritos da luz vermelha”, na capital japonesa.
De acordo com o Asahi Shimbun, Masahide Nanba, que trabalha como barbeiro em Mitaka, no oeste de Tóquio, é suspeito de agredir sexualmente uma mulher ao se passar como cliente e atraí-la para um quarto de hotel, conforme relatado pelo Departamento de Polícia Metropolitana de Tóquio (TMPD, na sigla em inglês) na terça-feira (2).
O suspeito negou as acusações, afirmando não que “não se lembrava de nada”, segundo a polícia, referindo-se ao incidente que, segundo eles, ocorreu em 20 de julho de 2023.
Nanba já havia sido preso sob suspeita de agredir sexualmente outra mulher que buscava clientes em Kabukicho, no bairro Aki em 27 de maio, após também atraí-la para um quarto de hotel, de acordo com um anúncio da TMPD em 11 de junho deste ano.
Em ambos casos, Nanba mostrou o que parecia ser uma faca ao atacar as vítimas, que tinham vinte anos, informou a polícia.
No incidente ocorrido no ano passado, o suspeito fingiu ser um policial, apresentou o que parecia ser um mandado de prisão no quarto de hotel e disse à mulher: “Vou deixar você livre se fizer o que eu mandar”, relatou a polícia.
Aumento alarmante de profissionais do sexo em Kabukicho
Ainda de acordo com o asahi, em um dia útil de meados de junho, cerca de cinco mulheres aparentando ter vinte anos foram vistas trabalhando perto do parque Okubo Koen em Kabukicho, por volta das 19h. Três horas depois, por volta das 22h, o número de mulheres aumentou para cerca de 20, posicionadas em intervalos aproximadamente iguais.
Arata Sakamoto, chefe da organização sem fins lucrativos Rescue Hub, que auxilia profissionais do sexo na reabilitação, consultou cerca de 100 mulheres e forneceu moradia para muitas delas. Sakamoto compartilhou que as mulheres relataram sofrer violência, além de serem fotografadas secretamente e terem o dinheiro roubado de suas bolsas.
“Elas sabem que a prostituição é ilegal e por isso não pensam em reclamar com a polícia”, disse ele.
Sakamoto afirmou que o número de mulheres ingressando nessa linha de trabalho aumentou desde a disseminação dos casos de Covid-19.
Até alguns anos atrás, muitas vendiam sexo para compensar a redução de suas rendas após perderem empregos ou trabalharem menos horas devido às restrições da pandemia, disse ele.
No entanto, Sakamoto estima que quase 90% das profissionais do sexo agora estão endividadas após gastarem muito em clubes noturnos e outros estabelecimentos onde são entretidas por homens.
“Muitas mulheres nunca pensaram no risco de se depararem com o perigo (…) Precisamos fornecer apoio e tomar medidas preventivas”, disse ele.
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Lei Anti-Prostituição na capital do Japão
No ano passado, a TMPD anunciou que havia detido 140 mulheres com idade entre 17 e 56 anos por suposta prostituição no distrito de entretenimento de Kabukicho, em Shinjuku. As prisões foram baseadas na violação da “Lei Anti-Prostituição”.
Durante o primeiro semestre deste ano, a polícia confrontou 35 mulheres com idades entre a adolescência e os 40 anos.
== Mundo-Nipo (MN)